A perícia técnica feita no brinquedo do Hopi Hari do qual uma adolescente foi arremessada a 25 metros do chão, na semana passada, apontou indícios de que o assento onde ela estava já saiu do chão destravado.
Gabriela Yukay Nychymura morreu na sexta-feira após cair do La Tour Eiffel, no parque de Vinhedo (SP). Nessa espécie de elevador, cada visitante sobe cerca de 70 metros em uma cadeira com trava individual e despenca em simulação de queda livre, podendo chegar a 94 quilômetros por hora.
Segundo testemunhas, apenas a cadeira de Nychymura estava com a trava levantada quando chegou ao chão. Os outros dez visitantes que estavam no brinquedo fizeram a descida normalmente.
De acordo com o perito criminal Nelson Patrocínio da Silva, se o equipamento de segurança estivesse travado antes de o brinquedo subir ele não teria se soltado durante a descida. "Pelos testes que realizamos, não teria chance de isso acontecer. Mas só o laudo final vai dizer se, no caso dela, o brinquedo saiu destravado [do chão], afirmou.
Durante quase três horas, peritos fizeram avaliações no brinquedo acompanhados pelo delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior e do promotor Rogério Sanches Cunha. "A meu ver, há mais chances de ter havido falha humana do que no mecanismo do brinquedo", afirmou o delegado, ressalvando que ainda é cedo para apontar responsáveis.
Para Cunha, houve negligência humana no caso. "Agora, quem foi negligente e qual foi o grau da negligência só saberemos com o andar da investigação". Segundo ele, tanto a manutenção do aparelho quanto a fiscalização e o momento de liberar o brinquedo para a subida serão analisados. O Hopi Hari afirmou que está prestando apoio à família da vítima e aos responsáveis pela investigação.
Em entrevista ao programa Fantástico, a mãe de Gabriela, Silmara Aparecida Nychymura, disse que notou a falta de um fecho no assento do brinquedo em que a filha estava. Silmara e o marido estavam no brinquedo com a jovem. "Eu falei para a minha filha: Está travado? E ela disse: Mãe, está travado. Só que tem um outro fecho, como se fosse um cinto, e eu observei que o dela não tinha", afirmou a mãe. "Tinha um funcionário do parque no momento que falou para mim: Não tem problema. É seguro."



