
Paranavaí - Três peritos do 5º Comando da Aeronáutica, de Porto Alegre, ligados à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e acompanhados de dois agentes da Polícia Federal de Londrina, chegaram ontem por volta das 15 horas ao pátio da escola municipal Ilda Campano Santini, no Jardim Maringá, em Paranavaí, para apurar as causas do acidente com o monomotor modelo P-35 Beechcraft, que caiu no último domingo matando cinco pessoas que estavam a bordo. O avião partiu de Sonora (MS) às 9h30 da manhã do domingo com destino a Arapongas, mas caiu no pátio da escola.
Os peritos, um piloto, uma médica e um mecânico ouviram testemunhas que presenciaram a queda do monomotor, fotografaram e recolheram peças dos destroços. O motor da aeronave também foi cortado com auxilio de equipamentos do Corpo de Bombeiros, retirado e encaminhado para análise.
"A coleta de dados para futura análise termina hoje, mas as investigações devem continuar com a avaliação do motor e da fuselagem. O avião será liberado ao proprietário para que retire do local", disse o major da Aeronáutica Romualdo de Faria de Melo. "Os dados do relatório final serão divulgados pelo comando da Aeronáutica."
Em conversa ao telefone durante a coleta de peças do monomotor, os peritos avaliaram três possíveis causas para a queda da aeronave; falha no motor, condições atmosféricas e, a mais provável, falta de combustível. O major não comentou oficialmente as possíveis causas da queda.
Segundo um dos donos da aeronave que acompanhou toda a investigação, mas que não quis se identificar, o monomotor estava emprestado a família. "Ele saiu da revisão há 10 dias, estava em perfeitas condições de uso", argumentou. "O piloto tinha muitas horas de vôo e experiência."
Para os peritos, o mau tempo contribuiu para o acidente. Uma testemunha contou ter ouvido uma rajada do motor minutos antes dea aeronave cair.
Fora da rotina
Ontem, a rotina na escola e no bairro mudou com a presença dos peritos. Manoel Siqueira, pai de um aluno, pediu dispensa por algumas horas no trabalho para acompanhar a investigação. "Quero ver quando eles vão retirar esse avião", comentou. "É só curiosidade".
Já a supervisora da escola, Maria Amélia da Silva Barbosa, que mora a poucos metros da instituição, contou que levou um susto na hora da queda do monomotor. "Estava preparando o almoço quando ouvi um barulho parecido com um trovão de grande intensidade", contou.
A escola, inaugurada há pouco mais de três meses, suspendeu as aulas de cerca de 180 alunos até a remoção dos destroços. Segundo Maria, a estrutura da escola não foi atingida.
Desde domingo, os destroços da aeronave estão sendo cuidados por três policiais militares. Em Paranavaí, o IML aguarda parentes do piloto Flávio Marcelo dos Santos, que moram em São Paulo, para liberar o corpo. Ontem, por volta das 19 horas, os destroços foram retirados do pátio da escola e levados a uma oficina em Arapongas.




