
Carregando faixas como "Devolvam o nosso dinheiro" e gritando palavras de ordem, cerca de 300 famílias de pescadores de diversas ilhas do litoral do Paraná protestaram em frente ao Fórum de Justiça de Paranaguá. A manifestação, que começou por volta das 15h, terminou ao anoitecer.
Os pescadores exigem mais clareza nos mais de 5 mil processos movidos por eles contra a estatal Petrobras no caso do rompimento de um oleoduto que despejou 57 mil litros de óleo na Baía de Antonina em fevereiro de 2001. Segundo os pescadores, mesmo passados 12 anos do ocorrido, a maioria deles não recebeu sua parte dos R$ 250 milhões em jogo na ação.
Em virtude do protesto, o Fórum teve as atividades suspensas nesta segunda-feira (5).
O pescador Claudemir Ferreira da Cruz, que participou do protesto, acha que a morosidade do processo é injusta. "Nosso trabalho está prejudicado há mais de uma década. O peixe diminuiu muito na Baía e, com o dinheiro da ação, poderíamos comprar mais comida e arrumar nossos barcos", diz. "Cansamos. Esse dinheiro é a herança que vamos deixar para os nossos filhos. Não vamos mais ficar calados e, se não formos ouvidos, as manifestações vão continuar", sinaliza o também pescador Dione Neves Moreira.
Para a doutora Dora Maria Schüller, presidente da subseção Paranaguá da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a reivindicação dos manifestantes é justa. "É importante que os juízes os escutem. Se há alguma fraude ou lentidão, esperamos que isso seja resolvido o mais rápido possível", afirma.
Em resposta, o juiz da 1ª Vara Cível de Paranaguá, Fernando Fischer, disse que as reivindicações foram ouvidas e que todos os dados serão analisados. "A partir daí, vamos verificar o que estiver ao alcance do poder judiciário e colocar as medidas cabíveis em prática", garante.



