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Ciência

Pesquisa aprofundada pode substituir sacrifício animal

 | Sossella
(Foto: Sossella)

A bióloga Andresa Liriane Jacobs trabalhou como professora colaboradora em uma universidade estadual, em 2003, mas abandonou o cargo após um embate com o departamento e até com os próprios colegas ao contestar o uso de cobaias nos laboratórios. "A experimentação é uma prática arraigada na pesquisa. Abandoná-las significa fazer o profissional pesquisar mais e muitos não querem fazer esse esforço", afirma.

Militante da Libertação Animal, ela conta que já havia enfrentado resistência antes, na época da graduação. "Tomei vários zeros por me recusar a participar das aulas práticas. Na época não conhecia a lei", diz, comentando sobre a excusa de consciência, que permite ao estudante ou profissional recusar a praticar atos que vão contra suas crenças ou valores éticos, obrigando a universidade a providenciar outra forma de reproduzir o conteúdo.

O professor Carlos Coradassi, do curso de Veterinária do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage), implantou uma nova proposta de ementa. Na disciplina de Fisiologia, os alunos produziram modelos utilizando materiais recicláveis como garrafas PET e material hospitalar descartado (não-utilizado) para simular o organismo dos animais. Só o modelo de sistema renal economizou cerca de oito cobaias. Durante o semestre, 50 animais foram poupados. "Os alunos aprenderam muito mais, pois fizeram mais pesquisa para produzir os modelos".

Para Andresa, não utilizar as cobaias traz uma reflexão sobre a vida. "Não podemos ter dois pesos. Pensar que meu gato e meu cachorro são diferentes dos animais que eu mato em sala de aula", diz. (RA)

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