Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
São Paulo

Pesquisadores dizem que lixo matou pinguins

Lixo e falta de alimento estão entre as causas das mortes de alguns dos 600 animais marinhos encontrados nas praias da Baixa Santista nos últimos dias

Pesquisadores do Aquário Municipal de Santos, no litoral de São Paulo, constataram que o lixo e a falta de alimento adequado estão entre as causas das mortes de alguns dos 600 animais marinhos encontrados nas praias da Baixada Santista nos últimos dias. No início da semana, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Santos informou que o surgimento dos animais teria sido provavelmente motivado por causa de uma mudança climática brusca ocorrida no litoral gaúcho durante o último fim de semana. Entretanto, os laudos oficiais do Ibama deverão ser concluídos apenas na sexta-feira (23).

Embora seja comum o aparecimento de pinguins no litoral paulista nesta época do ano, vindos do inverno na Patagônia, os números de animais mortos são recordes e assustadores: 535 pinguins, 28 tartarugas, cinco golfinhos e algumas aves oceânicas, como atobás, fragatas, albatrozes e andorinhas-do-mar, apareceram mortos ou gravemente debilitados no litoral paulista desde o último dia 6. A cidade com maior número de ocorrências foi Praia Grande, que possui mais de 20 quilômetros de praias.

As autópsias realizadas pelos veterinários do Aquário de Santos em 15 pinguins e uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) revelaram que os animais ingeriram lixo, o que causou desequilíbrio energético. Os animais foram recolhidos já mortos na Praia da Gaivota, em Praia Grande, e que em seus organismos foram encontrados parasitas e fungos.

"Na Patagônia, eles consomem anchoítas, que formam enormes cardumes, com centenas de milhares de peixes. Mas no litoral brasileiro, encontram sardinhas, bem mais ágeis que as anchoítas em cardumes menores e mais espalhados", disse a veterinária, completando que a diferença na alimentação também facilitou o surgimento de doenças parasitárias.

Os veterinários do Aquário divulgaram ainda que cerca de 60% dos animais debilitados morrem nas primeiras 48h. Mesmo assim, o Aquário ainda mantém sob tratamento uma tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata). Outros animais recolhidos estão sendo tratados no Centro de Reabilitação de Animais e Aves Marinhas, no Guarujá.

A morte dos animais encontrados no litoral paulista já comove a comunidade internacional e a revista norte-americana "Time" publicou a notícia em seu site na internet. A reportagem destaca o aparecimento de grande número de pinguins nas cidades de Praia Grande, Itanhaém e Peruíbe e afirma que os cientistas brasileiros ainda estão investigando o que teria ocasionado as mortes.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.