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Congresso

Petistas querem abrir sessão que decidirá futuro de Renan

Brasília – Às vésperas do julgamento em plenário, na sessão que decidirá o futuro político, amanhã, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), começou a enfrentar ontem um movimento pela identificação dos votos. Diante desse ato, reforçado pela decisão dos senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Eduardo Suplicy (PT-SP) de apresentar à Mesa Diretora do Senado um projeto de resolução para "abrir" a sessão, Renan admitiu, em conversa com aliados, que vive o dilema de não saber quem está ou não ao lado dele.

Sem traições, Renan confidencia que a contabilidade chega a 55 votos favoráveis à absolvição – são necessários 41 para aprovar o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que manda cassar o mandato dele. A dúvida, segundo senadores aliados, é que ontem Renan não sabia até que ponto pode contar com o apoio de colegas petistas e até mesmo senadores do PMDB.

A Constituição (artigo 55) e o Regimento Interno do Senado (artigo 197) determinam que, além do voto dos senadores ser secreto, a sessão também terá de ser fechada – sem imprensa nem funcionários do Legislativo no plenário, apenas com a presença dos parlamentares. Ainda que a sessão seja fechada e com voto secreto, ontem alguns senadores começaram a abrir os votos.

O senador Romeu Tuma (DEM-SP) foi um dos senadores que ontem abriu a decisão e disse que votará pela cassação de Renan. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também anunciou que votará para que o presidente do Congresso perca o mandato. "O voto está na cabeça de cada um. Eu vou votar pela cassação", afirmou Tuma. Renan será julgado amanhã em relação ao processo que o acusa de ter as despesas pessoais pagas pelo suposto lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. Ontem, Renan não apareceu no Senado. Passou parte do dia em casa, onde recebeu, entre outros, o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), e o deputado Augusto Farias (PTB-AL). "Fui dar meu apoio porque, numa hora dessas, os amigos desaparecem", afirmou Jucá, que aposta na absolvição do presidente do Senado, ainda que apertada. Renan reuniu-se depois no escritório do advogado Eduardo Ferrão, onde também almoçou – no início da tarde, voltou para a residência oficial da presidência do Legislativo.

A tentativa de os senadores do PT de São Paulo e do Mato Grosso do Sul alterarem o Regimento do Senado para "abrir" a sessão de votação do julgamento de Renan, dificilmente será bem-sucedida. A questão maior é conseguir aprovar o projeto a tempo de valer para a sessão que decidirá o destino do senador do PMDB de Alagoas.

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