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A Polícia Federal (PF) está investigando mais cinco pessoas suspeitas de envolvimento com a suposta extorsão de dinheiro do traficante mexicano Lucio Rueda-Bustos, preso no dia 20 de julho com o nome de Ernesto Plascência San Vicente, quando embarcava no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino a Curitiba. A suspeita é de que os cinco possuem em seu nome automóveis adquiridos com dinheiro proveniente da extorsão.

Segundo a PF, Rueda-Bustos teve dinheiro extorquido depois de ser preso e levado para a Promotoria de Investigação Criminal (PIC) do Ministério Público, em Curitiba, em junho de 2004. Os suspeitos de terem praticado a extorsão são o ex-policial civil Carlos Eduardo Carneiro Garcia e o policial civil Ricardo Abilhoa, que estão foragidos. Rueda-Bastos, conhecido como Mexicano, é membro do Cartel Juarez, maior organização criminosa do México.

Patrimônio

De acordo com o delegado da PF Wagner Mesquita de Alcântara, da Delegacia de Crimes contra o Patrimônio, Rueda-Bastos foi preso no dia 18 de junho de 2004, por dois policiais da PIC, em um velório no cemitério Água Verde, enquanto Garcia e Abilhoa esperavam na PIC. Lá, os policiais teriam enviado a identidade falsa de Rueda-Bastos para a Interpol (polícia internacional), que não reconheceu o mexicano. Depois disso, ele teria sido liberado.

O que chamou a atenção da PF foi o patrimônio declarado por Garcia e Abilhoa à Receita Federal, referente ao ano de 2004, que seria incompatível com a renda dos dois. "Eles não tiveram preocupação em esconder nada", afirma o delegado Wagner Mesquita de Alcântara. Segundo ele, a investigação indica que vários veículos foram passados, pelos acusados, para nomes de outras pessoas. "Foram pelo menos 55 veículos", diz. A PF vai tentar bloquear os bens.

O advogado de Abilhoa e Garcia, Cláudio Dalledone Júnior, diz que o patrimônio declarado pelos dois foi conseguido por meio da recuperação de carros batidos e do recebimento de heranças. De acordo com o advogado, na declaração de Garcia consta que ele ganhou um lote no valor de R$ 480 mil como herança. Já Abilhoa teria recebido uma herança da avó.

Dalledone também contesta a informação de que Ricardo Abilhoa teria três imóveis no litoral de Santa Catarina, como afirmou o delegado Adonai Armstrong, que no ano passado comandou uma investigação sobre o caso na Corregedoria de Polícia Civil. "Ele tem apenas o apartamento de Camboriú, no valor de R$ 250 mil", garante.

O advogado entende que não houve motivos para a extorsão, já que os policiais não sabiam que o mexicano era de fato o traficante procurado. "Enviaram provas dactiloscópicas (impressões digitais) e o nome que constava do passaporte. Não havia mote para extorquir o mexicano", diz ele.

Para Dalledone, o depoimento que deu origem ao inquérito da PF, prestado pela ex-namorada de Ricardo Abilhoa, Renata Baroni, não é digno de credibilidade. O advogado diz possuir uma gravação em que Renata admite não saber nada sobre a suposta extorsão. "Ela admite que o Ricardo nunca falou nada sobre essa história", afirma.

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