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A Polícia Federal (PF) vai apurar o desaparecimento de elementos que contribuiriam para revelar detalhes do assassinato do cartunista Glauco Villas Boas e de seu filho Raoni. Após a prisão de Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, não teriam sido encontrados um celular, um dos pentes da pistola usada no crime e na fuga, e cerca de R$ 2 mil que estariam com o assassino confesso no momento da tentativa de fuga.

Na tarde desta sexta-feira (19), o delegado federal Marcos Paulo Pimentel disse, em Foz do Iguaçu, Oeste do estado, que a PF está investigando e acrescentou que não descarta a hipótese de o próprio Cadu ter se desfeito dos objetos. Outra possibilidade é de os elementos terem se perdido na tentativa de fuga ou no ato da prisão do acusado. Isso porque até ser transferido para a Delegacia da PF, onde permanece preso, Cadu teve contato com membros de diversas corporações.

O objetivo do acusado era chegar ao Paraguai. Na fuga, ele furou o bloqueio da Polícia Rodoviária Federal e tentou cruzar a Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai, quando trocou tiros com policiais. Cadu conseguiu passar pela aduaneira, mas ao chegar perto da barreira paraguaia, avistou agentes da Marinha do país vizinho, armados com fuzis. Ele teria se assustado e abandonado o carro, se rendendo. Detido pelos oficiais paraguaios, ele foi repatriado ao Brasil.

O celular seria uma peça fundamental para a polícia descobrir o que se passou após o crime. Nesta sexta, a Justiça de São Paulo determinou a quebra do sigilo telefônico de Cadu, que havia sido pedida pela Polícia. As investigações também terão acesso aos dados telefônicos de Glauco, de Raoni e do estudante Felipe Iasi, que esteve no local do crime.

Após ter matado Glauco e Raoni, o acusado teria feito três ligações. O rastreamento do aparelho revelou também que Cadu percorreu 11 torres (o equivalente a 9 quilômetros) em 7 minutos, o que afasta a tese de que ele tenha fugido do local do crime a pé. A polícia investiga se Cadu recebeu a ajuda de Felipe Iasi para fugir.

Pimentel informou que todas as dúvidas relacionadas à tentativa de fuga já foram elucidadas. Com isso, estão descartadas as possibilidades de que a reconstituição seja feita. De acordo com o delegado federal, Cadu deve continuar detido em Foz do Iguaçu e não deve ser transferido tão cedo. O advogado do acusado, Gustavo Badaró, concorda e disse que não vai pedir a transferência do seu cliente.

O dia

Cadu prestou depoimento na manhã desta sexta, para que a PF elucidasse detalhes da tentativa de fuga. O advogado revelou que o plano do acusado era permanecer no Paraguai por um determinado período e depois retornar ao Brasil para procurar outro membro da Igreja Céu de Maria. O objetivo de Cadu seria provar que seu irmão mais novo é a encarnação de Jesus Cristo.

O assassino confesso de Glauco recebeu do advogado roupas, chinelos, uma bíblia e uma carta assinada pelo irmão. Cadu apareceu, nesta sexta, com um novo visual, com a cabeça raspada e de barba feita. Ele ocupada uma cela isolada, na carceragem da PF. Na segunda-feira (22), o acusado deve receber a visita do pai e do irmão.

O crime

Cadu assassinou Glauco e Raoni na sexta-feira (12), na residência da família, em Osasco (SP). De acordo com os depoimentos e as investigações da Polícia Civil, o suspeito, conhecido como Cadu, chegou ao local acompanhado do também estudante Felipe Iasi. De acordo com a polícia, o plano de Cadu era levar Glauco até a casa de sua mãe para ele convencê-la de que o irmão dele seria o Cristo reencarnado.

Na manhã de domingo (14), pegou um ônibus e depois roubou um carro na Vila Sônia, Zona Oeste de São Paulo. Depois, seguiu para Foz do Iguaçu, onde tentou fugir para o Paraguai.

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