O diretor de segurança de vôo do Sindicato dos Aeronautas, comandante Carlos Camacho, afirma que as árvores do clube comprometem a segurança dos pilotos e das aeronaves e que o risco de acidente é muito grande. "Com esses obstáculos, o piloto tem que voar mais alto. E quanto maior a altura em relação ao solo na hora do pouso, maior é o risco", diz. Camacho explica que o piloto tem que descer bruscamente, já que não consegue diminuir a altura pouco a pouco. "Ele tem que literalmente afundar e dependendo da situação pode se expor ao risco".
Outra reclamação dos pilotos que operam no local é sobre o impedimento de pouso em um dos lados da pista durante a noite. Com essa impossibilidade, todos são obrigados a aterrissar no mesmo lado, que nem sempre tem as melhores condições em função da direção do vento e tempo. "Um dos lados da pista é morro abaixo, é como se eles estivessem em uma rua com declive. Em determinadas condições, é mais difícil parar deste lado". Para Camacho, o clube não está pensando no coletivo e está atentando contra a segurança aérea.
O secretário de estado do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, é favorável ao corte, mas acredita que deve haver um planejamento para não prejudicar a natureza. Ele afirma que há três pontos que devem ser levados em consideração na hora de decidir qual a melhor alternativa. O primeiro é que não há um projeto de substituição consistente. "Mesmo que sejam pínus, eles têm a sua função". Em segundo lugar, Rodrigues diz que o corte raso não irá resolver um problema de décadas. E, por fim, ele acredita que a Infraero não conseguiu demonstrar quais árvores são realmente prejudiciais. "Temos que definir a melhor forma de solucionar a questão sem prejudicar os pilotos nem o meio ambiente". (PC)



