
Com investimentos previstos de R$ 18,8 bilhões até 2014, o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais foi lançado ontem, em Brasília. Segundo o governo federal, o programa vai atuar em quatro eixos prevenção, mapeamento, monitoramento e alerta, e resposta a desastres e inclui o mapeamento de áreas de risco e a estruturação de um sistema de monitoramento dessas áreas.
Da verba total disponibilizada, R$ 15,6 bilhões deverão ser destinados para obras de contenção de encostas, drenagem urbana e construção de sistemas urbanos de abastecimento de água em estados do Nordeste e no Semiárido. Mais de 820 municípios foram selecionados como prioritários pelo alto risco de deslizamentos, enxurradas e inundações.
"Queremos salvar vidas humanas, e que as pessoas não percam suas casas", afirmou a presidente Dilma Rousseff na cerimônia, citando as tragédias na região serrana do Rio de Janeiro (2011) e no vale do Itajaí (2008). Dilma pediu aos governadores que "por favor, acelerem os projetos, porque os recursos estão disponíveis".
Central
O plano é em grande parte focado na ideia de prevenir antes de remediar. Evitar que vidas sejam colocadas em risco antes de ter de salvá-las. E a principal ferramenta para isso é o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), em Cachoeira Paulista (SP).
Lançado em dezembro passado, o plano reúne 82 especialistas, entre geólogos, hidrólogos, engenheiros, meteorologistas e especialistas em desastres naturais, monitorando 24 horas por dia as condições climáticas do país. O objetivo é emitir alertas de desastres em especial inundações, enchentes e deslizamentos de terra antes que ocorram. Os três casos são os mais comuns e também os mais letais.
"De todos os desastres naturais que temos, 11% são deslizamentos de terra e eles respondem por mais de 70% das vítimas", afirmou o climatologista Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia e um dos mentores do projeto.
O centro já tem condições de emitir esses alertas para 169 municípios, principalmente nas Regiões Sul, Sudeste e Nordeste. São cidades que têm um histórico recorrente de desastres, como a serra fluminense, o Vale do Paraíba (SP) e o Vale do Itajaí (SC), além das capitais São Paulo e Rio de Janeiro. A meta do plano é chegar a 821 municípios até 2014, onde estão cerca de 85% da população brasileira.



