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A Corregedoria da PM instaurou nesta terça-feira (5) um inquérito para investigar a participação de policiais militares em uma chacina que deixou quatro mortos em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Os assassinatos ocorreram na madrugada de sábado (2). Foi a primeira chacina do ano na região metropolitana. Além dos quatro mortos, uma pessoa ficou ferida.

Segundo a secretaria da Segurança Pública, o inquérito foi aberto após “indícios identificados nos depoimentos de testemunhas ouvidas hoje”.

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A Polícia Civil já investigava se a chacina teve relação com o assassinato de um PM que ocorreu na semana passada.

O policial foi morto na última quarta-feira (30), também em Guarulhos, quando, de folga, interveio num assalto a uma casa de peças. Ele trocou tiros com os assaltantes e acabou morto - somente um dos bandidos foi preso pela polícia.

Uma das linhas de investigação é se a chacina deste sábado teria sido uma vingança pela morte do PM.

De acordo com a polícia, no início da madrugada, um grupo de jovens que estava em um bar na Vila Galvão foi alvo de disparos que partiram de homens que desceram de um veículo preto de quatro portas, segundo testemunhas.

Ainda segundo uma das testemunhas, os assassinos seriam dois ou três homens, todos eles encapuzados no momento da ação em frente ao bar - que seria ponto de venda de drogas.

Morreram Leonardo José de Souza, 23, Francisco Pereira Caetano, 23, Hermes Inácio Moreira, 19, e Adriano Silva Araújo, 28. Adriano e Leonardo, segundo a polícia, já haviam sido presos por furto e tráfico de drogas. Um dos mortos, ainda segundo a polícia, foi atingido por três tiros na cabeça.

Um outro jovem, de 29 anos e com passagem por tráfico de drogas, ficou ferido e permanecia internado no final da manhã deste sábado - o estado dele é considerado grave. Ainda não há pistas dos atiradores.

Segundo o boletim de ocorrência, quando a perícia técnica chegou ao local do crime, não havia nenhuma cápsula ou projéteis em frente ao bar.

Na manhã de sábado, moradores do bairro afirmaram à reportagem terem visto minutos antes do crime um carro da Força Tática da PM com as luzes apagadas nos arredores do bar.

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A morte do PM, três dias antes, ocorreu a 3 km do local dessa chacina. O policial morto atuava no 5º Batalhão da PM, na Vila Gustavo, na zona norte de São Paulo.

No ano passado, policiais foram presos por suspeita de participação em algumas das maiores chacina do Estado. Na principal delas, em agosto, são suspeitos de participação na morte de 32 pessoas em cinco municípios vizinhos na região metropolitana: Osasco, Barueri, Carapicuíba, Itapevi e Santana do Parnaíba. A principal linha da investigação é que a série de ataque tenha sido retaliação de policiais ao assassinato do colega.

Em abril, policiais foram presos sob suspeita de participação na chacina de oito pessoas que estavam em uma festa na sede da torcida Pavilhão 9, do Corinthians.

Histórico de crimes

Principais chacinas de SP em 2015 tiveram suspeita de participação de policiais

24.jan - Mogi das Cruzes (Grande SP)

Criminosos chegaram em um Volkswagen Fox e abriram fogo contra um grupo que conversava na rua

2.fev - Vila Jacuí (zona leste)

Jovens conversavam perto de um campinho de futebol quando ao menos sete homens atiraram

9.abr - Jaçanã (zona norte)

Quatro pessoas morreram após serem baleadas na rua e em três ataques próximos

18.abr - Quadra da Pavilhão Nove (zona oeste)

Crime aconteceu durante confraternização. Em maio, um PM e um ex-PM foram presos acusados de participar do crime

1º.jul - Jardim São Luiz (zona sul)

As 6 vítimas estavam no bar quando o grupo de atiradores chegou. Os suspeitos fugiram em um carro

13.ago - Osasco e Barueri (Grande SP)

A principal linha de investigação é a vingança de PMs pela morte de um colega. Um soldado suspeito da Rota foi preso

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