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Comandante do Policiamento da Capital, coronel Jorge Costa Filho, concedeu entrevista e admitiu o erro dos policiais na abordagem que deixou um homem de 33 anos gravemente ferido | Adriano Ribeiro / Gazeta do Povo
Comandante do Policiamento da Capital, coronel Jorge Costa Filho, concedeu entrevista e admitiu o erro dos policiais na abordagem que deixou um homem de 33 anos gravemente ferido| Foto: Adriano Ribeiro / Gazeta do Povo

Homem foi ferido por engano por policiais militares

A Polícia Militar (PM) reconheceu, na tarde desta segunda-feira (29), que os policiais que perseguiram e atiraram no carro onde estava uma família, erraram e não seguiram a conduta orientada pela corporação. Paulo Roberto Stricker, de 33 anos – que estava no veículo com a mulher dele, a filha de 16 anos e o filho de 8 meses – foi atingido nas costas. Os dois policiais envolvidos na ação foram afastados e a PM instaurou um inquérito policial para apurar o caso.

A falha da PM foi admitida em entrevista coletiva, concedida pelo comandante do Policiamento da Capital, coronel Jorge Costa Filho. "Foi uma fatalidade. Essa não é a postura recomendada pela PM. Entre deixar uma pessoa fugir e arriscar uma vida, é melhor deixar a pessoa empreender fuga", disse o coronel. "A orientação é que, em casos como esse, os PM’s peçam reforço e depois busquem cercar o suspeito", completa Costa.

De acordo com a versão apresentada pela PM, o caso aconteceu na noite de domingo (28), por volta das 23h, no bairro Parolin, em Curitiba, depois que dois jovens que tiveram o carro furtado – um Fiesta Branco, com placas com prefixo AKO – passavam informações aos policiais do 12º Batalhão da PM. No momento em que eram ouvidos, passou por eles um veículo com características semelhantes e eles o teriam reconhecido como sendo o carro que havia sido furtado.

A partir de então, dois policiais entraram em uma viatura e começaram a perseguir o veículo sob suspeita. Na Rua 24 de Maio, o Fiesta teria estacionado, dando indícios de que desistia da fuga. Entretanto, quando os policiais desceram para abordar o motorista, o carro arrancou novamente.

Em nova perseguição, como o veículo não parou, os policiais começaram a disparar. Segundo a PM, pelo menos 8 tiros foram dados, dos quais 2 ou 3 atingiram o carro. Um dos disparos atingiu as costas de Paulo, que, segundo familiares, voltava da casa da sogra com a mulher e os filhos. Os familiares não ficaram feridos. O homem foi encaminhado ao Hospital do Trabalhador, onde, até o final da tarde desta segunda, permanecia internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A PM ainda não sabe por qual motivo o condutor do Fiesta fugiu dos policiais, mas de acordo com o coronel Costa Filho, Paulo possui alguns débitos junto ao Detran e está com a carteira de motorista vencida. "Talvez por isso ele tenha fugido. De qualquer forma, nada justifica os policiais terem atirado", avaliou o coronel.

A mulher do motorista do veículo, Juliana John diz que a família pensou que estava sendo perseguida por assaltantes. "Vimos uma luz alta e um carro em alta velocidade. Se estivesse com o giroflex ligado e com a sirene, nós tínhamos parado. Pensamos que eram bandidos, que íamos ser assaltados", afirmou em entrevista ao telejornal ParanáTV 2ª Edição, da RPC TV. "Deviam ter parado e pedido os documentos e não começar atirando desse jeito", acrescentou ela.

O veículo que realmente foi roubado acabou recuperado pela polícia na noite de domingo e conduzido para Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV). Os homens que efetuaram o roubo não foram localizados.Inquérito

De acordo com a PM, um dos policiais que estavam na viatura tinha 15 anos de corporação e o outro, dois. Ambos teriam disparado contra o carro da família. A Polícia instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as responsabilidades dos PM’s. As armas usadas na operação foram apreendidas e vão passar por perícias.

Os dois policiais foram afastados e estão passando por acompanhamento psicológico. Durante a realização do inquérito policial, eles vão cumprir funções administrativas. A investigação vai ser acompanhada pelo Ministério Público e tem 60 dias para ser concluída. Dependendo dos resultados, o inquérito pode apontar para a expulsão da dupla da corporação. Os dois ainda podem responder criminalmente por tentativa de homicídio.

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