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A cúpula de Segurança Pública do Rio fez uma compra emergencial, sem licitação, de bombas de gás lacrimogêneo e munições não letais para repor o estoque do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que quase acabou depois da sequência de manifestações que começou no dia 6. No total, R$ 1,6 milhão foi empenhado (reservado no orçamento para pagamento posterior).

O empenho foi lançado no Siafem (Sistema Integrado de Administração Financeira) do governo do Estado em 19 de junho, dois dias depois do protesto que reuniu mais de 100 mil pessoas na avenida Rio Branco. Na ocasião, vândalos depredaram a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), o Paço Imperial, bancos e comércios no centro da cidade.

A empresa beneficiária da compra foi a Condor S/A Indústria Química. Segundo informações da PM, ao menos 2 mil artefatos teriam sido encomendados pela corporação. O levantamento com o valor da compra emergencial foi feito no Siafem pelo deputado estadual Luiz Paulo Corrêa (PSDB), que encaminhou os dados à reportagem.

Protesto

Na noite do dia 17 de junho, uma multidão de 100 mil manifestantes vestidos de branco tomou conta da Candelária, no centro do Rio, para pedir respeito, qualidade de vida, redução da passagem de ônibus e outras reivindicações.

Em seguida, eles seguiram pela avenida Rio Branco. Um grupo radical formado por ao menos 50 pessoas se deslocou para a rua Primeiro de Março, também no centro, e iniciaram uma série de depredações na região.

Policiais Militares do batalhão local, que tentavam fazer a segurança da Alerj, foram apedrejados e acabaram acuados dentro do Palácio Tiradentes (sede da assembleia). Houve confronto após manifestantes arremessarem coquetéis molotovs, placas e lixeiras contra os PMs, que revidaram com bombas de gás lacrimogêneo.

Um policial foi cercado por homens armados com pedras e paus e acabou sendo espancado ao lado do palácio. Colegas de trabalho retornaram ao local para socorrer o PM. Ele estava inconsciente e precisou ser arrastado.

As janelas da Alerj foram depredadas. Os manifestantes picharam de vermelho o piso na entrada do palácio. Um homem escalou a parede do prédio histórico e furtou móveis e cadeiras do espaço. Os bens depredados foram incendiados numa enorme fogueira acesa na rua.

As paredes do Paço Imperial, tido como o palácio mais antigo do Rio, de 1743, foram pichadas. Lixos foram espalhados pela entrada do espaço.

Segundo manifestantes, a Polícia Militar não reagiu com tiros de balas de borracha, mas com tiros de armas de fogo. Disparos foram efetuados para o alto na tentativa de conter os manifestantes e dar apoio aos outros policias. Duas pessoas foram baleadas.

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