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Segurança

PM investiga ação de policiais em golpe do falso seqüestro

Família diz que ligações feitas por golpistas partiram de central da polícia

Caçado em campo, Dinelson reclama de violência dos zagueiros | Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo
Caçado em campo, Dinelson reclama de violência dos zagueiros (Foto: Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo)

Depois da suspeita de manter um esquadrão da morte, levantada pelo próprio governador Roberto Requião, a Polícia Militar se viu envolvida em mais um suposto crime ontem. Uma família de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, vítima do golpe do falso seqüestro na segunda-feira passada, afirma que duas das várias ligações feitas pelos golpistas partiram de dois ramais de uma central da Polícia Militar.

O comando da PM confirmou as ligações, mas justificou que as chamadas eram fruto de investigação e que o telefone celular da vítima estava clonado. Hipótese pouco provável, já que a operadora TIM informou que a clonagem do aparelho com sistema GSM é praticamente impossível. Depois disso, em nota publicada na Agência Estadual de Notícias, o comando da PM alegou um mal-entendido, afirmando que não se tratava de clonagem, mas que o telefone da vítima estaria programado com o serviço siga-me, que transfere as chamadas para outro aparelho.

A história veio à tona numa reportagem da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), veiculada no ParanáTV – 1.ª edição. Em entrevista coletiva no quartel do comando-geral da PM, o coronel Nemésio Xavier de França, comandante da corporação, informou que abriu uma investigação pedindo a quebra do sigilo telefônico dos ramais usados para ligar para a vítima a fim de rastrear todas as ligações feitas e recebidas no local. A assessoria de imprensa da Brasil Telecom informou que ainda não recebeu o pedido.

A PM alega que tudo não passou de um equívoco, mas que tomou todas as providências, afastando os policiais que usaram os telefones. Depois disso, a polícia apresentou as vítimas. Elas falaram sobre o golpe, a pressão dos bandidos e as últimas ligações recebidas dos telefones da PM.

O coronel Xavier disse durante a entrevista coletiva que havia provas da clonagem, prometendo rapidez na elucidação do caso. "O casal informou que o telefone estava clonado. O policial ligou e falou com o cidadão que estava ameaçando de seqüestro, tentando extorquir dinheiro", disse.

"É preciso deixar bem claro que a PM pediu para a operadora informações das ligações feitas e recebidas para anexar ao nosso procedimento administrativo. A nossa resposta à população é que estamos apurando com rigor", disse o coronel Xavier.

O comandante explicou que um oficial do serviço reservado da PM, a P2, falou com o seqüestrador numa das ligações. Na outra, o contato foi direto com a vítima, o que provaria a clonagem. No entanto, a informação sobre a clonagem foi retificada pela PM no fim da tarde.

Ligando a nova informação à versão das vítimas, a hipótese de clonagem sob o ponto de vista da conversa do oficial da P2 com o golpista seria frágil. O casal afirmou que atendeu as duas ligações feitas dos telefones da central da PM. O marido atendeu a primeira chamada à noite, por volta da meia-noite, e chegou a bater boca com o policial, porque ele teria feito pouco caso com a situação do golpe. A esposa atendeu a segunda. Ela achou semelhantes as vozes que ouviu durante as ligações. "Que elas eram parecidas, eram. Na última eles estavam tirando sarro", disse a mulher.

A delegada Márcia Marcondes, titular da delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, que registrou a extorsão, já sabia que o telefone não estava clonado. Ela explicou que é comum o golpista ligar e pedir para digitar o serviço siga-me. A delegada confirmou que a PM também estava no caso. No entanto, as investigações estão na estaca zero. Durante a extorsão, os golpistas pediram R$ 5 mil. A família cedeu à chantagem, mas entregou apenas R$ 290 em créditos para o celular dos criminosos. A TIM informou que não poderia confirmar se o se o celular tinha ou não siga-me ativado.

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