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Rio de Janeiro

PM ocupa favela por tempo indeterminado

Desde o início da ocupação da Ladeira dos Tabajaras, cinco pessoas foram mortas e 18 suspeitos de tráfico foram presos

Policiais ocupam as ruas da favela da Ladeira dos Tabajaras, no Rio | Vanderlei Almeida/AFP
Policiais ocupam as ruas da favela da Ladeira dos Tabajaras, no Rio (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)

Rio de Janeiro - Cerca de 120 homens de ao menos dez batalhões da Polícia Militar do Rio de Janeiro ocuparão por tempo indeterminado a região da favela da Ladeira dos Tabajaras, na zona sul da cidade. A PM realiza buscas na comunidade desde sábado, quando traficantes da Rocinha, também na região sul, se refugiaram na mata na região após um confronto com rivais. Desde o início da ocupação, cinco pessoas já foram mortas e 18 suspeitos de tráfico foram presos – sete deles foram feridos em tiroteios e estão internados.

Para o secretário da Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, os chefes do tráfico na Rocinha invadiram a ladeira porque querem "expandir seus negócios." Dos presos, segundo secretaria, 12 foram identificados – dois deles estão entre os feridos. Além dos presos, um arsenal foi apreendido desde o início da operação. Parte dele estava em um acampamento na mata ao redor da comunidade.

Foram apreendidas sete pistolas, nove granadas – duas de fabricação caseira –, dois fuzis, uma carabina, três espingardas, um lançador de granadas, seis carregadores de pistolas, dois carregadores de carabina e 13 de fuzil; além de munições para todas as armas. Também foram localizados dois rádiotransmissores e um colete à prova de balas. "A polícia está tirando o arsenal de guerra das mãos de irresponsáveis. Isso é o maior problema (armas de guerra). Onde tem arma de guerra, tem um perigo em potencial", disse Beltrame.

Tiroteios

Ontem o clima estava menos tenso nos arredores da Ladeira dos Tabajaras. Na segunda-feira, a busca da polícia pelos traficantes em fuga na favela levou pânico aos moradores de quatro bairros da zona sul da cidade: Botafogo, Humaitá, Lagoa Rodrigo de Freitas e Copacabana.

Beltrame disse que as polícias darão uma resposta para a ação dos criminosos. "Não posso trabalhar com o que poderia acontecer. Por mais santos que sejam o secretário e os líderes das forças de segurança pública, num fato como aconteceu [na segunda], onde as pessoas vão tomar aquilo para si, precisa ser dada uma resposta. Não vamos permitir a tomada de território na cidade, isso é inegociável", afirmou o secretário.

Origem

Os confrontos na Ladeira dos Tabajaras começaram quando o traficante Francisco Rafael Dias da Silva, o Mexicano, ex-chefe do tráfico do morro Dona Marta, em Botafogo (zona sul), foi solto pela polícia e se abrigou na comunidade, expulsando um grupo de traficantes do local que teria retornado com traficantes da Rocinha para retomar os pontos de venda de drogas.

De acordo com a polícia, a Ladeira dos Tabajaras é estratégica para os traficantes devido a sua localização na zona sul da cidade. Na favela, estariam escondidos fuzis dos criminosos foragidos do morro Dona Marta, ocupado pela PM desde novembro.

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