O protesto do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) na zona oeste de São Paulo terminou com o uso de bombas de gás lacrimogêneo por parte da Polícia Militar, no início da noite desta quinta-feira (7).
Segundo a coordenação do movimento, policiais militares usaram também balas de borracha. Até as 21 horas, a PM confirmava apenas o uso de gás lacrimogêneo no protesto que bloqueava a avenida Francisco Morato.
O coordenador do MTST Guilherme Boulos disse que a desobstrução da via e o fim do protesto já haviam sido acordados com o comandante da PM. "Quando nos preparávamos para sair da via, a PM disparou contra os manifestantes de maneira injustificável e truculenta". Segundo ele, ao menos 15 manifestantes ficaram feridos, um deles levado ao Hospital Universitário com suspeita de ter quebrado dois dedos.
A PM disse que usou métodos de "controle de distúrbio civil" para desobstruir a via.
Bala de borracha
O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu a liminar que proibia o uso de bala de borracha pela Polícia Militar de São Paulo durante manifestações. A decisão de primeira instância dava um prazo de 30 dias para a corporação suspender o uso, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, a pedido da Defensoria Pública.
O desembargador Ronaldo Andrade, da 3ª Câmara de Direito Público, afirmou não existir comprovação de abusos da utilização desse tipo de armamento não letal. "O que se tem nos autos são casos isolados de violência e a tentativa da polícia de manter a ordem e evitar que manifestações pacíficas perdessem essa característica e fossem tomadas pela violência", afirma o magistrado na decisão.



