Mais de cinco meses após a morte de 11 pessoas em um bairro de Belém, em 4 de novembro do ano passado, 13 policiais são acusados de “homicídio por omissão” pelo Ministério Público do Pará, por supostamente terem facilitado a ação dos executores. Outro PM foi indiciado sob suspeita de incitação aos crimes.
Os assassinatos ocorreram depois que o cabo Antônio Marco da Silva Figueiredo, 43, foi morto a tiros, por volta das 19h30, no bairro Guamá, quando voltava para casa.
Os outros crimes ocorreram num intervalo de seis horas, a maioria no bairro Terra Firme. O episódio ficou conhecido como chacina do Guamá.
Testemunhas afirmam que homens vestidos de preto e encapuzados atiraram nas pessoas do bairro de dentro de carros e em motocicletas.
Ação apresentada pelo promotor de Justiça Militar Armando Brasil diz que a cena do crime foi alterada quando Figueiredo morreu que e há provas de que os PMs podiam ter perseguido os criminosos, mas não o fizeram de propósito.
Depois, quando ocorreram as mortes na Terra Firme, eles também não teriam agido para coibir os crimes.
Além disso, o sargento indiciado sob suspeita de incitação escreveu em redes sociais que os colegas de farda teriam de “dar uma resposta” à morte de Figueiredo.
A Promotoria pediu abertura de processo disciplinar contra os oficiais e enviou os autos à Polícia Civil, que investiga o caso.
Na época da chacina, o então secretário de Segurança Pública, Luiz Fernandes Rocha, disse que uma das suspeitas era de que policiais à paisana tenham vingado a morte do colega.
Após as investigações, os indícios aumentaram, segundo o promotor Armando Brasil. “Há indícios, sim, de que são policiais militares, mas seria leviano dizer quais”, afirmou. A investigação da Promotoria aponta que um desses indícios são balas de pistola calibre 40, geralmente usada por policiais, encontradas no local.
Familiares das vítimas dizem “ter certeza” de que PMs cometeram os assassinatos. “Meu neto tinha 16 anos e estava indo buscar o filho na casa da namorada quando levou três tiros na cabeça”, disse o pedreiro Raimundo Neves, 50, que acompanhava a apresentação da Promotoria.
Segundo o comandante-geral da PM paraense, Roberto Campos, os policiais estão na ativa e serão afastados das ruas assim que o processo disciplinar for aberto contra eles.
Os inquéritos que investigam o crime não têm prazo de conclusão e correm em segredo de Justiça.
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