
Os movimentos até agora apenas sensuais do pole dance (dança em um mastro) estão dando lugar a práticas esportivas. Praticantes garantem que a dança trabalha o corpo e ajuda a definir os músculos, mas não descartam a sensualidade. "O pole dance está sendo tratado como esporte há pouco tempo. Inclusive é cotado para ser um esporte olímpico porque é muito próximo da ginástica", explicou a fisioterapeuta Maria Luiza Cleto Dalcol, professora da técnica em Londrina.
Os movimentos no mastro surgiram na década de 1920, inicialmente no circo, a partir do mastro chinês. "Depois os dançarinos dançavam no poste e acabou virando dança de boate", afirmou. Agora, a dança é vista também sob o ângulo fitness.
Maria Luiza aponta a elevação da autoestima como um dos principais benefícios da prática. "A aluna não se acha bonita, na feminilidade ou no físico. O pole dance resgata a feminilidade da mulher", disse a especialista. Segundo ela, as praticantes, a maioria mulheres, tornam-se mais confiantes. Em seguida, a fisioterapeuta destacou os benefícios físicos da dança. "Há um aumento da força muscular. As alunas geralmente emagrecem, porque o exercício diminui a gordura e aumenta a massa muscular. O corpo fica definido."
A explicação é simples: dançar num mastro faz o corpo utilizar praticamente músculos de todas as áreas: braços, pernas, costas e, principalmente, o abdome. Mesmo assim, a dança não deixa de ser sensual. E foi justamente por aliar o exercício ao movimento sensual que a dentista Andrea Rodrigues, de 38 anos, resolveu fazer o pole dance, há dois meses. "Eu faço para a saúde. Mas quando eu estiver com alguém que curta isso, é um recurso a mais, porque ele mexe com a imaginação masculina", comentou. Andrea disse que o melhor momento do treino é quando ela relaxa e que o tipo de exercício a ajuda a desinibir. "Além de beneficiar, eu me solto mais."
A dentista afirmou que o exercício complementa os esportes praticados na academia. "Tenho a impressão de que comecei a ficar mais forte. E, como eu fazia ioga, me identifiquei com os movimentos."
Aula pode custar até R$ 120
Aprender a ter movimentos sensuais no pole dance exige certo investimento. O custo de uma aula gira em torno de R$ 80 a R$ 120, dependendo do professor e do local. Quem quiser aprofundar a técnica e treinar em casa, ou ter a possibilidade de apimentar a relação amorosa, pode desembolsar entre R$ 500 e R$ 600 para ter um mastro simples, de inox, em casa. Os mais trabalhados, com outros materiais, podem custar ainda mais. Em casa, o mastro pode, inclusive, ser incorporado à decoração. "O meu fica no meio da sala, encostado em um sofá. As pessoas nem percebem. Quando vou treinar, afasto os móveis", disse a fisioterapeuta Maria Luiza Cleto Dalcol. Segundo ela, o pole deve estar bem preso ao chão e ao teto. "Tem gente que coloca no quarto, mas às vezes é ruim porque fica mais apertado [o espaço]." Maria Luiza disputará no próximo sábado, em Curitiba, o 2º Campeonato Brasileiro de Pole Fitness, na categoria amadora. Além dessa, há a categoria profissional, ambas femininas, e a categoria geral masculina. De Londrina, disputam ainda outras duas pessoas.
Cuidados na prática do pole dance
Embora seja saudável e ainda possa ser usado para apimentar o relacionamento amoroso, é preciso ter cuidado na hora de praticar o pole dance. Uma britânica sofreu danos permanentes na coluna enquanto fazia exercícios, em dezembro do ano passado. Debbie Plowman, de 32 anos, que praticava o esporte há dois anos, estava pendurada de cabeça para baixo a meio metro do chão, quando escorregou e caiu. A fisioterapeuta Roberta Romaniolo de Mattos, docente da Universidade Estadual de Londrina (UEL), recomendou alguns cuidados antes de praticar o pole dance.
Segundo a especialista, é sempre recomendável realizar aquecimentos e alongamentos, antes e depois da prática, não somente do pole dance, mas de todos os exercícios físicos. "Isso por causa dos giros e aberturas", apontou. De acordo com ela, o praticante deve verificar as condições do mastro em que realizará o esporte. "Verificar a colocação, e se suportam o peso." Treinar com um profissional confiável também é fundamental.
Aos iniciantes, a fisioterapeuta disse ainda que acessórios de segurança são aliados. "No início, eu aconselho a utilizar joelheira e cotoveleira, onde estão os ossos mais vulneráveis do corpo. Em caso de alguém que dança de cabeça para baixo, recomendo o uso de um capacete, para evitar qualquer traumatismo."



