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Segurança

Polícia afasta delegados e superintendente no PA

Prisão de moça em cela com homens derruba policiais

 | Sossella
(Foto: Sossella)

A direção da Polícia Civil do Pará afastou ontem os delegados envolvidos na prisão de uma garota que permaneceu quase um mês detida em uma cela com homens no município de Abaetetuba, na região metropolitana de Belém (PA). O Ministério Público instaurou procedimento criminal para averiguar o caso. A jovem foi presa em flagrante por furto. Ela teria sofrido abuso sexual no período em que permaneceu detida, segundo o Ministério Público.

Foram afastados, por período indeterminado, a delegada plantonista responsável pelo flagrante, Flávia Verônica; o delegado titular da Delegacia de Polícia de Abaetetuba, Celso Viana; e o superintendente da Polícia Civil na região, Fernando Cunha.

Além de exame de corpo de delito, a jovem terá de passar por identificação no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, segundo o promotor Lauro Freitas Júnior. Isso ocorre pois o verdadeiro nome da garota e sua data de nascimento permanecem uma incógnita. Ao ser presa, ela teria apresentado uma certidão de nascimento com data de dezembro de 1987 e, portanto, teria 20 anos. Ela seria autora de outros três furtos.

Em outro documento consta um nome diferente. Nele, a jovem teria nascido em dezembro de 1991 e, portanto, teria 15 anos. "Esse fato não atenua em nada o que ocorreu. Iremos analisar o motivo pelo qual houve esse desencontro de identificação e indicar os responsáveis", afirmou Freitas Júnior.

Informalmente o promotor afirmou que o padrasto da garota teria dito que a jovem é de fato maior de idade e teria outra documentação para poder ser cadastrada em programas governamentais de distribuição de renda.

Em documento constante no procedimento instaurado pelo Ministério Público do Pará, a garota foi detida no dia 21 de outubro e liberada apenas no dia 14 de novembro. Após sair da cela, ela foi encaminhada a um abrigo.

Ontem, o caso gerou uma série de manifestações de repúdio no Senado. O senador Paulo Paim (PT-RS), da Comissão de Direitos Humanos, defendeu para hoje, na sessão da comissão, a apresentação de um requerimento de audiência pública para que o caso seja denunciado e os criminosos punidos "com o maior rigor da lei".

A primeira reação à violência no Pará partiu do senador paraense Flexa Ribeiro (PSDB). Da tribuna, ele classificou como "inadmissível" o caso e criticou a polícia da governadora Ana Júlia (PT). "O que foi cometido pela polícia da governadora Ana Júlia é inadmissível. Se a jovem era menor ou não, em hipótese nenhuma uma mulher pode ser colocada em uma cela com 20 presos", afirmou.

Outro senador pelo Pará, Mário Couto (PSDB), disse que a situação em seu estado chegou ao limite. "O Pará está entregue hoje na mão de bandidos. Os bandidos tomaram conta do nosso estado", afirmou.

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