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Após a fuga de 12 presos da Delegacia de Colombo neste domingo (11), que terminou com a morte de um agente carcerário, o Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol) estuda paralisar todas as Delegacias de Polícia (DPs) do estado a partir da meia-noite de segunda para terça-feira (13).

"A greve vai durar até a Secretaria Estadual de Segurança Pública e a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos atenderem nossas reivindicações e retirarem os presos custodiados das delegacias em todo o estado. Não dá mais para adiar. Temos que esvaziar as DPs o mais rápido possível", afirma André Gutierrez, presidente do Sinclapol.

Logo após a fuga, o governador Beto Richa anunciou a determinação da antecipação do plano de esvaziamento de presos das delegacias de Curitiba e RMC, a começar por Colombo. De acordo com informações da assessoria de comunicação do estado, os presos serão absorvidos pelo sistema prisional estadual, de responsabilidade da Seju.

Para o vice-presidente do Sinclapol, Neylor Liberato Souza, foi necessário morrer mais um profissional da polícia para o governo tomar uma atitude. "Ou seja, tudo feito até hoje foi para inglês ver. Eles não estavam cumprindo as metas estabelecidas de retirada dos presos. Era tudo mentira", denuncia Souza.

Reivindicações

O plano conjunto entre as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp), da Justiça (Seju) e da Vara de Execuções Penais (VEP), anunciado em fevereiro, prometia transferir todos os detentos de distritos policiais. As delegacias da região metropolitana, porém, têm registrado frequentemente casos de superlotação. Segundo Souza, são retirados cerca de 11 presos de algumas delegacias, mas, logo em seguida, recolocam mais 15 em cada unidade.

O delegado Irineu Portes, que está à frente da Delegacia de Colombo, conta que haviam 84 detentos no momento da fuga, quando a capacidade estimada de presos para a unidade é de 24. "A remoção da população carcerária está bem precária. Ano passado removiam aproximadamente 30 presos por mês. Agora não chega a cinco detentos", destaca Portes.

A assessoria da Seju, contudo, afirma que as retiradas estão sendo cumpridas, mas de forma gradual, com transferências de 100 presos por semana das delegacias do litoral paranaense, da RMC e do interior do estado. Apesar disso, a Seju admite que a equação entre o número detentos transferidos e a quantidade de pessoas presas não fecha.

As críticas ao atual sistema são diversas. "Hoje, com a guarda compartilhada, os policiais civis fazem a segurança dos prédios. O investigador é tirado da rua e passa a não exercer sua função principal de polícia judiciária. E contratam agentes de cadeia não concursados para colocar suas vidas em risco por uma mixaria. Na morte que aconteceu este domingo, por exemplo, como fica o apoio do estado à família do agente? Quem vai arcar com os passivos trabalhistas?", questiona o presidente do Sinclapol.

Rebelião em Colombo

A rebelião deste domingo (11) começou na hora em que a comida dos presos era entregue. De acordo com o delegado Irineu Portes, da Delegacia de Colombo, os detentos já tinham cerrado parte das grades que davam para o corredor e, ao sair, tentaram dominar os agentes carcerários e o investigador de plantão.

Na ação, os presos se apoderaram da arma do investigador e efetuaram alguns disparos. O agente carcerário Eliel Schimerski Santos morreu devido aos ferimentos. O investigador Diego Elieser Almeida e o agente Benedito Rodrigues dos Santos tiveram apenas ferimentos de raspão.

Depois do incidente em Colombo, o sindicato fez uma assembleia para decidir se começava, ainda hoje, uma paralisação da categoria para forçar o esvaziamento dos distritos. Contudo, pela dificuldade de comunicar a greve a todos os policiais, os dirigentes do sindicato preferiram começar a paralisação de segunda para terça-feira.

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