
A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (5) que vai adaptar, até a semana que vem, um novo espaço para receber presos temporários na Divisão de Homicídios e Proteção Pessoa (DHPP), em Curitiba. A decisão foi tomada após reportagem publicada pela Gazeta do Povo mostrar que investigadores da divisão reclamam da permanência de presos em um espaço de meio metro quadrado improvisado embaixo da escada do prédio. Os detentos, que não podem ser absorvidos pelo sistema penitenciário, precisam pedir para ir ao banheiro ou urinar em garrafas pet.
Segundo o Departamento de Polícia Civil, a DHPP não tem estrutura para receber presos e o espaço é, de fato, usado somente para presos temporários, que ficam no local, no máximo, por 30 dias. Em virtude das condições precárias em que os presos são mantidos, os detentos que ainda estão no local devem ser removidos nos próximos dias.
O espaço mantido embaixo da escada deve ser desativado e um novo local dentro do prédio vai receber os presos temporários quando necessário, com condições mais adequadas, segundo a Polícia Civil. Até a tarde desta sexta-feira (5), de acordo com o departamento, eram três presos que ainda estavam na cela improvisada na quinta-feira (4) eram quatro detentos e no começo da semana, nove.
Insalubridade
Os investigadores da DHPP reclamam que a "cela" improvisada não tem estrutura para a manutenção dos presos no prédio. Não há acesso a banheiro os detentos urinam em garrafas pet que, quando cheias, são levadas pelos investigadores, esvaziadas e entregues de novo aos presos, que as reutilizam. Os detentos ainda têm de pedir, um a um, autorização aos policiais para serem levados ao banheiro quando necessário.
Os policiais reclamam de desvio de função e temem fugas no local, o que poderia causar perigo ao público que vai ao plantão da DHPP que fica a alguns metros da cela.
Segundo o Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil do Paraná (Sipol), os presos estão em caráter temporário e podem ficar na cela por, no máximo, 30 dias. Não há mandados de prisão contra as pessoas que ficam na cela, o que impede a integração dos presos ao sistema penitenciário. De acordo com a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) do Paraná, somente com esse documento, expedido pelo judiciário, a pasta pode retirar as pessoas das celas de delegacias e colocá-las em penitenciárias ou casas de custódia.



