
Um grupo de funcionários de uma empresa de telefonia celular foi preso após ser flagrado vendendo chips de terceiros para outras pessoas. Segundo a Polícia Civil, o grupo confirmou que essas linhas telefônicas eram usadas por traficantes em favelas de Curitiba e por detentos no sistema penitenciário do Paraná. O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), que efetuou as prisões, apreendeu cerca de 2 mil chips da empresa TIM e várias listas com números de CPF de usuários lesados no esquema.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Matheus Laiola, a polícia recebeu informações na segunda-feira sobre venda ilegal de chips em terminais de ônibus de Curitiba. No mesmo dia, uma equipe de investigadores prendeu os primeiros suspeitos no terminal do bairro Sítio Cercado. Outro suspeito foi preso no terminal do Pinheirinho.
Os três são funcionários de uma revenda de celulares franquiada no Centro de Curitiba. Eles acusaram a supervisora da loja de saber do esquema. Na casa dela e com os outros suspeitos é que a polícia apreendeu os 2 mil chips.
Os quatro vão responder pelo crime de associação criminosa e falsidade ideológica. O grupo vendia os chips há pelo menos oito meses em Curitiba. Há suspeitas de que o mesmo ocorre na cidade de Maringá.
Esquema
De acordo com Laiola, os CPFs eram cadastrados em nomes de terceiros e revendidos em terminais. "Eles pegavam os CPFs em listas de concurso que ficam disponíveis na internet", comentou. Os chips, então, eram cadastrados com esses CPFs em nomes de terceiros e revendidos a R$ 5.
A cada venda, R$ 1 ficava para o vendedor e o restante para a loja.
A assessoria de imprensa da operadora disse que a empresa considera inadmissível qualquer tipo de prática irregular por parte de seus funcionários ou parceiros. De acordo com o texto, a operadora reitera que práticas como as apuradas pela Polícia Civil não beneficiam de nenhuma maneira a empresa. "A companhia contribuiu com a apuração e investigação dos delitos apurados pelas autoridades policiais e seguirá à disposição para novos esclarecimentos, caso necessário".
Orientação
Em caso de qualquer pessoa ter o CPF usado de forma ilegal, é possível bloqueá-lo nas empresas Serasa e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Se for usado para compras, as lojas consultarão essas empresas, que emitirão um sinal de suspeita de fraude para evitar a venda. É aconselhável também bloquear o CPF na Junta Comercial para evitar que o número seja usado para abrir empresas.



