A Polícia Civil e representantes de três empresas privadas de segurança iniciaram, nesta terça-feira (18), uma ação integrada para evitar que carros-fortes sejam alvos de quadrilhas, em Curitiba. O objetivo é traçar medidas que ampliem a segurança do transporte de valores na capital. A iniciativa foi motivada por dois furtos ocorridos nas duas últimas semanas, em que bandidos se passaram por vigilantes privados para furtar malotes de dinheiro que seriam levados por empresas de segurança.
A iniciativa prevê reuniões contínuas e periódicas com as empresas de segurança. Segundo o delegado Amarildo Antunes, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), a polícia detectou que as rotinas na atuação das equipes que fazem o transporte de valores têm sido o ponto mais vulnerável do serviço. "Por isso, vamos discutir de que maneira as empresas podem alterar pontos como horário e itinerário. Essas mudanças podem dificultar que bandidos tenham detalhes dos serviços", disse o delegado.
As empresas relataram que a maior dificuldade das equipes é o abastecimento de caixas-eletrônicos de locais como shoppings e supermercados. "Como esses estabelecimentos estão sempre cheios de usuários, é preciso maior discrição possível", apontou Antunes. Para viabilizar a implantação na prática destas orientações, o Cope vai ministrar palestras periódicas às empresas.
De acordo com o delegado, neste ano nenhum ataque a carro-forte foi registrado em Curitiba. A intenção da polícia é se antecipar a casos, que já ocorreram em outros estados. Em agosto, quatro vigilantes morreram em um assalto a um blindado em Cuiabá, no Mato Grosso. Em julho, uma quadrilha roubou R$ 2 milhões de um carro-forte em Ibaretama, no Ceará. Em setembro, dois agentes privados morreram na tentativa de assalto a um carro-forte, em São Paulo. "Queremos manter a estatística positiva em Curitiba e deixar essa modalidade de crime zerada aqui na capital", disse Antunes.
Quadrilha se passa por vigilantes para cometer crimes
Dois casos que motivaram a ação preventiva do Cope ocorreram em outubro. No dia 10 deste mês, pelo menos três homens que usavam uniformes de vigilantes privados levaram um malote com R$ 170 mil de uma lotérica que fica dentro do Shopping Palladium, no bairro Portão, em Curitiba. A lotérica havia acionado uma empresa de segurança para fazer o transporte de valores, mas os bandidos se anteciparam. Nesta semana, um dos suspeitos foi identificado pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR).
No início do mês, um mercado localizado no Bairro Alto, na capital, foi vítima de uma ação semelhante. Na ocasião, os falsos vigilantes chegaram em um carro de passeio e o dono do estabelecimento entregou a eles um malote, acreditando que o grupo pertencia à empresa que faria o transporte do dinheiro. Para o delegado Rodrigo Brown de Oliveira, os dois crimes foram cometidos pela mesma quadrilha.



