Rio O prazo da prisão temporária decretada aos envolvidos com a máfia dos bingos no Rio de Janeiro termina hoje, e os 25 detidos podem ter a prisão preventiva decretada. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, na sexta-feira, a prorrogação da detenção de todos os envolvidos na Operação Furacão.
Agora, a Polícia Federal segue o rastro do dinheiro usado no esquema. A PF concentrou as investigações na movimentação financeira da quadrilha dos caça-níqueis e espera receber, na próxima semana, relatórios dos serviços de inteligência do Uruguai, de Portugal e de outros países onde foram feitos depósitos por integrantes do esquema.
A pedido do governo brasileiro, as autoridades portuguesas já bloquearam quatro contas de uma empresa na Ilha da Madeira: ao todo, US$ 1,15 milhão (cerca de R$ 2,4 milhões) em nome de uma empresa ligada ao esquema. O Coaf, conselho que controla atividades financeiras, também pediu bloqueio de contas no Panamá, em Hong Kong e nos Estados Unidos.
Além disso, o Supremo Tribunal Federal mandou bloquear 40 contas de empresas e pessoas no Brasil depois que dois envolvidos tentaram sacar R$ 4 milhões.
Licença médica
Amanhã, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Raphael de Barros, vai analisar o pedido de licença médica apresentado pelo ministro Paulo Medina. Ele pediu afastamento até 18 de maio. Medina foi citado no inquérito que investiga venda de decisões judiciais. Em agosto do ano passado, ele deu uma liminar liberando máquinas caça-níqueis. O irmão dele, Virgílio Medina, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, foi apontado como intermediário entre a quadrilha e o ministro. A negociação teria chegado a R$ 1 milhão.
"O ministro está a tal ponto abalado que ele acaba de decidir por sair de licença medica. Ele tem um problema de saúde razoavelmente grave, e esse problema evidentemente foi agora com toda essa crise", justificou o advogado dele, Antônio Carlos de Almeida Castro.
Prisão preventiva
A prisão preventiva, solicitada pela PGR, é mais longa do que a temporária, que dura até cinco dias, e só pode ser decretada quando as provas são muito fortes. Nesse caso, se o pedido da procuradoria for deferido, os envolvidos poderão ficar detidos por mais 30 dias, prorrogáveis por tempo indeterminado. A decisão final será do presidente do inquérito, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cezar Peluso.



