• Carregando...

A polícia informou que vai investigar os álibis apresentados neste domingo (4) pelo professor de educação física que negou envolvimento na morte do alemão Christian Wölffer, no Saco de Mamanguá, na quarta-feira (31), no Litoral Sul Fluminense. Segundo o inspetor Marcos Cerqueira, da 167ª DP (Paraty), não houve contradições nos depoimentos, mas o professor, de 28 anos, ainda é considerado suspeito de estar na embarcação que teria atingido a vítima.

Segundo o inspetor, os atores Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima, que socorreram o empresário alemão, devem ser ouvidos nesta segunda-feira (5). Luiz Pastore, dono da casa em que Christian Wölffer estava hospedado, também é esperado para depor nesta segunda. O empresário paulista José Kalil Filho, que ajudou a socorrer o empresário alemão em seu bote já foi ouvido pela polícia.

Polícia não descarta hipótese de ele ter alugado barco

O jovem mora na cidade de São Paulo e sua mãe é proprietária de uma pousada em Cunha, município na divisa de São Paulo com Paraty. Ele afirmou que tem uma canoa não motorizada, mas, segundo o inspetor, a polícia não descarta a hipótese de ele ter alugado um barco a motor. O professor apresentou ainda notas fiscais para comprovar os locais em que esteve.

"Ele apresentou notas, mas isso não é o bastante", disse Marcos Cerqueira.

O professor se apresentou na delegacia na manhã deste domingo (4), na companhia de um advogado, e foi liberado após prestar depoimento. O jovem afirmou à polícia que passou a noite do dia 27 para 28 numa pousada em Paraty e depois desse período ficou hospedado num estabelecimento em Ilha Grande, também no Sul Fluminense, onde teria passado o réveillon. Os proprietários dessas pousadas também serão ouvidos.

Os policiais chegaram ao professor por meio de uma denúncia anônima feita ao Disque-Denúncia. Segundo a polícia, foram informados o nome do professor e a placa de seu carro. Policiais da 167ª DP (Paraty) ouviram ainda um casal que estaria na mesma embarcação, que também afirmou que estava na Ilha Grande.

Fernanda pegou caiaque para prestar socorro

Segundo o investigador Luiz Carlos Batista, os atores Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima, que ajudaram a socorrer Christian Wölffer no dia do acidente, estão muito abalados e não têm condições de prestar depoimento neste fim de semana. O casal e o empresário alemão estavam hospedados na mesma casa. "Eles contam que estavam conversando e o Christian disse que daria um mergulho. Então ouviram gritos de socorro. A Fernanda pegou um caiaque e foi a primeira a vê-lo, enquanto o Rodrigo foi a nado", contou o investigador.

Morte é alvo de duas investigações

A morte do empresário alemão é investigada pela Polícia Civil e a Capitania dos Portos.

O delegado Alessandro Petralanda informou que o responsável vai responder criminalmente por homicídio culposo podendo pegar 3 anos de prisão. Em caso de omissão de socorro quando resulta em morte, a condenação é de 1 ano e meio ou multa.

Ainda segundo o delegado em entrevista ao RJ TV, "a princípio foi imprudência de quem estava na embarcação porque estava muito próximo à costa e acabou atropelando uma pessoa que estava se banhando".

A Capitania dos Portos determinou a abertura de um inquérito para investigar a morte do empresário. Segundo o capitão Wilson Pereira de Lima, mesmo sem o laudo oficial do Instituto Médico Legal, as suspeitas levam a crer que o estrangeiro foi atingido por uma embarcação.

"Como há suspeita de que houve um acidente decorrente de um choque com embarcação, eu determinei a abertura para apurar os fatos. O inquérito será conduzido por um agente da Capitania em Paraty", disse o capitão.

Segundo a Capitania dos Portos, o laudo do IML será fundamental para esclarecer o tipo de embarcação que atropelou o empresário.

Laboratório diz que empresário teve dois cortes das costas

O Laboratório Técnico de Embalsamamento e Formolização, responsável por embalsamar o corpo de Christian Wölffer, informou que o atestado de óbito aponta que o empresário sofreu anemia aguda por hemorragia interna.

De acordo com o laboratório, o corpo de Christian Wölffer apresenta dois cortes transversais nas costas, provavelmente causados por hélices de embarcação. A embalsamação do cadáver começou na sexta-feira e deve durar mais de 72 horas.

Empresário de vinhos

Christian Wölffer morava nos Estados Unidos onde tinha um dos vinhedos mais conhecidos do mundo, nos Hamptons, em Nova York. Ele conta em seu site que herdou do pai a paixão pelo vinho, e que não tinha experiência neste ramo quando começou o negócio, em 1987.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]