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Tráfico

Polícia localiza laboratório de refino de cocaína na Favela da Rocinha

Rio de Janeiro – A polícia localizou ontem no alto da Rocinha, na zona sul do Rio, o primeiro laboratório de refino de cocaína em uma favela dominada pelo tráfico. Segundo a polícia, trata-se do laboratório com maior capacidade de produção de droga encontrado no país, capaz de refinar até 750 quilos por mês.

Com a produção própria da droga a partir de pasta de cocaína, contrabandeada da Bolívia, o lucro com o tráfico na Rocinha vem se multiplicando e a favela passou inclusive a abastecer outros morros do Rio, inclusive de facções rivais. A Rocinha é dominada pela Amigo dos Amigos (ADA).

No local, foram apreendidos 50 quilos de pasta de cocaína. Durante a ação da polícia, também foram encontrados entre 50 e 70 quilos de maconha e um saco de munição. Oito pessoas foram detidas. Não havia informações de feridos até a conclusão desta edição.

A instalação do laboratório, na região da Rocinha conhecida como Cachopa, é atribuído ao traficante, foragido da Justiça, Saulo de de Sá Silva.

Procura

A polícia estima que, após a instalação do laboratório, os valores arrecadados pela quadrilha que controla a Rocinha superaram a cifra de R$ 2 milhões mensais.

A Polícia Federal e a Polícia Civil do Rio estavam à procura desse laboratório desde outubro de 2006.

Para conseguir transformar a pasta em pó, Sá Silva contratou um químico, Leonardo Assunção, 28 anos, que foi preso ontem.

No laboratório, com a pasta-base, o químico transformava um quilo de cocaína em até quatro quilos e com maior grau de pureza.

Segundo a polícia, participaram da operação entre 150 e 200 policiais da Delegacia de Repressão a Armas e Entorpecentes (DRAE) da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de mais seis delegacias especializadas do Rio. O paiol de armas, outro alvo da polícia na operação, não foi encontrado.

De acordo com o perito do Instituto de Criminalísitca Carlos Éboli (ICCE), Márcio Coelho, o processo de transformação da pasta de cocaína em pó é relativamente simples. "A pasta vendida para os traficantes vem com várias outras substâncias, entre elas a cocaína. Para separá-las, é necessário, em um recipiente, dissolver a massa em água, adicionando ácido clorídrico, ou sulfúrico, mais acetona. Em seguida surgem duas fases no recipiente: a fase orgânica, fica por cima; a fase líquida, que é o cloridrato de coca, fica em baixo. Retira-se o material orgânico – substâncias que não são cocaína – e fica a água, o cloridrato de coca. Em um outro recipiente, coloca-se a água com o cloridrato para esquentar. A água evapora. O pó que fica no recipiente é a cocaína. Quanto mais vezes se repetir essa operação, mais pureza tem o pó", explicou.

Outros laborátorios de refino também já foram fechados pela polícia no país. Em 2006, a PF fechou um em Rio Claro, interior de São Paulo. Lá, a PF apreendeu 200 quilos de pasta da droga vindas da Bolívia.

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