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Atualizado em 23/11/2006 às 16h30

Dezesseis pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que teria desviado cerca de R$ 30 milhões em arrecadações conseguidas por meio de organizações não governamentais (ONGs) de apoio a pessoas com câncer foram presas na manhã desta quinta-feira (23). A "Operação Pharmako", realizada pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas do Paraná, cumpriu ao todo 31 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão em quatro estados: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.

As investigações começaram há um mês, após denúncias de ex-funcionários. De acordo com o secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, eles teriam percebido que a verba das ONGs não era destinada às pessoas portadoras de câncer. Os recursos estavam sendo desviados para os administradores das organizações.

O homem apontado como líder da quadrilha é o jornalista Arnaldo Braz, preso na capital paulista, nesta manhã. Ele é o gerente do Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (GAPC) e da Associação Brasileira de Assistência a Pessoas com Câncer (Abrapec), que são as organizações usadas para arrecadar ilegalmente o dinheiro desviado. Na residência do jornalista, foram apreendidos dois carros, computadores e vasta documentação.

O desvio atingiria, segundo a Secretaria da Segurança, mais de dois terços de todo o dinheiro arrecadado, podendo chegar a R$ 30 milhões. As duas ONGs possuem mais de cinqüenta filiais em todo o Brasil. As doações eram pedidas via telemarketing e a coleta realizada por um motoboy. Do total coletado, apenas 10% era usado para doações de cestas básicas. Outros 20% serviam para o pagamento de funcionários e despesas operacionais. O restante era desviado.

Envolvidos

No Paraná, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Foz do Iguaçu e Maringá. A operação também atingiu as seguintes cidades: Joivinille (Santa Catarina), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), São Paulo e São José dos Campos (São Paulo).

Foram presos em Curitiba: João César Chiquetto, Ismael Avanzi, Adalcina Fermina de Paula Avanzi e Paulo Artur Avanzi. Os outros presos no Paraná são: Clóvis Avanzi (em Ponta Grossa), Adilson Fermino de Paula (Londrina), Cláudio Ciusz (Foz do Iguaçu), Cristiane Mafra de Araújo (Maringá), Nilcéia Brás Deusdara Tourinho (Maringá). E em outros estados: José Idenir da Rosa (Joinville), José Carlos Junqueira (Porto Alegre), Arnaldo Braz (São Paulo), Waldemar Braz (São Paulo), Ada de Souza Mendes (São José dos Campos), Neuza Pereira de Paula (São José dos Campos) e Emerson Silvério Francisco (São Leopoldo).

Os acusados serão indiciados por crimes de peculato, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito. A pena para estes crimes pode chegar a 15 anos de prisão. Segundo informações da Secretaria da Segurança, a polícia havia apreendido pela manhã R$ 600 mil em dinheiro, R$ 200 mil em cheques e mais de 20 veículos novos, nos quatro estados onde a operação é realizada.

Veja imagens da operação na reportagem em vídeo do Paraná TV

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