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Investigadores da Polícia Civil, em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, prenderam nessa quarta-feira (6) um conhecido recuperador de veículos roubados que atuava na região havia pelo menos cinco anos. Contra o intitulado "detetive" pesam pelo menos sete inquéritos policiais pelo crime de estelionato. Alberto Amarilla é acusado de cobrar pelos serviços de recuperação, receber o dinheiro, não cumprir com o combinado e sumir sem dar satisfação aos clientes.

Detido em casa em cumprimento de mandado de prisão, expedido pela 4ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, Amarilla foi levado à 6ª Subdivisão de Polícia Civil para interrogatório. "Perguntado sobre as acusações, sobre os serviços para que era contratado e sobre o dinheiro que as vítimas dizem ter depositado na sua conta, apenas respondeu que não se lembrava de nada", comentou o delegado-adjunto Amarildo Antunes. O recuperador vem sendo investigado desde 2006.

Segundo o delegado, Amarilla pode responder por outros crimes como formação de quadrilha e envolvimento com o roubo e a receptação de veículos. "Quase sempre ele dava a entender que sabia muito sobre o carro. Tinha informações que só mesmo quem estivesse com o veículo poderia ter, como cor, estado, equipamentos. Em alguns casos, era procurado, em outros ele mesmo é quem entrava em contato oferecendo os serviços de recuperação às vítimas."

Uma das últimas queixas contra o detetive é que teria cobrado no total R$ 26 mil para recuperar um ônibus roubado em Campinas (SP) no final de maio do ano passado. Procurada pelo suspeito, a vítima disse à polícia que no primeiro contato Amarilla pediu R$ 1 mil pelo serviço. O valor, ainda baixo, seria referente à documentação necessária para trazer o veículo legalmente de volta ao Brasil. No segundo, mais R$ 7 mil e, no terceiro, outros R$ 10 mil.

Convidado pelo recuperador, o proprietário do ônibus passou uma semana no Paraguai a fim de entrar em contato com os receptores e acertar a devolução. Tudo em vão. "Depois de um tempo, com todo o dinheiro que combinou pelo serviço, desapareceu. Quando encontrado, desconversava. Depois passou a não atender mais os telefonemas, deixando a vítima com dois prejuízos: o do próprio roubo e do golpe", apontou o delegado acrescentando que casos como esse não são raros.

Depois do anúncio da prisão, outras vítimas que reconheceram o suspeito procuraram a delegacia para prestar queixa. "Hoje mesmo, uma pessoa nos procurou dizendo ter depositado R$ 5 mil para ter o carro de volta e não teve qualquer resposta até agora." O delegado acredita que novas denúncias devem ser apresentadas. "Como esses veículos roubados geralmente não têm seguro, muitos preferem arriscar a não perder tudo e acabam tendo que pagar uma conta ainda mais alta." Por atuar nesse ramo, Amarilla também tem problemas com as autoridades do país vizinho.

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