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Um rapaz suspeito de participar da morte da menina Giovana dos Reis Costa, 9 anos, no início da semana passada em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, foi detido ontem pela polícia por apresentar documento falso em depoimento. Ele se apresentou como Pero Petrovitch Theodoro Vichi, 18 anos, com identidade expedida em São Paulo. No entanto, o documento não tinha nenhum cadastro e a polícia ainda não havia descoberto o nome verdadeiro do rapaz. Ele ficou preso na delegacia de Quatro Barras após prestar informações sobre Giovana. "Ele foi autuado hoje (ontem) por uso de documento falso e continua como suspeito do crime", afirma o superintendente José Carlos França Neves.

Giovana desapareceu na noite do último dia 10, depois que saiu de casa para vender rifas de Páscoa na vizinhança. Dois dias depois, o corpo da menina foi encontrado dentro de um saco plástico em um terreno baldio a três quadras de onde morava. "Ela estava em posição fetal amarrada com fios de luz. O saco plástico estava perfeito e limpo, o que nos leva a crer que não foi só uma pessoa que participou do crime", conta Neves. O superintendente revela que, após a necropsia, o médico legista constatou que a menina foi morta por sufocamento e que o corpo havia sido lavado interna e externamente. "Isso tirou os vestígios de uma possível agressão sexual, mas permite a conclusão de que a menina foi morta dentro de algum lugar", considera.

Sem maiores pistas, os investigadores mantiveram toda a vizinhança como suspeita. Na manhã de segunda-feira, policiais foram à casa dos vizinhos de fundos da família de Giovana. Lá, moram "Vichi" e a mãe, uma mulher que joga búzios, tarô e lê cartas. "Eles são como ciganos, mas não falam que são. Vestem-se de maneira diferente, se comunicam com um dialeto diferente e não têm nenhuma posse em nome deles", descreve Neves. Ninguém estava em casa, mas no terreno baldio ao lado foi encontrada uma sacola com as roupas que a menina usava quando desapareceu. Com um mandado de busca e apreensão coletivo, os policiais entraram na casa, onde acharam um canhoto da rifa que Giovana vendia e apreenderam alguns objetos que serão periciados.

"Vichi" voltou para casa, acompanhado da namorada, somente na madrugada de quarta-feira e procurou a delegacia após encontrar sua residência invadida. Ele compareceu ao depoimento marcado para a manhã de ontem e, segundo Neves, contou que estaria em um casamento que durou três dias. Como a mãe de "Vichi" presta serviços esotéricos e permanece como suspeita do crime, não foi descartada a hipótese da menina ter sido morta em um ritual de magia negra. A polícia aguarda os laudos do IML e da polícia científica e, na próxima semana, deve ouvir os depoimentos da mãe e da namorada de "Vichi".

"Parece que estamos em um pesadelo esperando acordar", diz o pai de Giovana, Altevir Costa, após pouco mais de uma semana sem a menina. Filha do meio, em uma família de cinco irmãos, Giovana era a que mais brincava com os outros irmãos, que agora estão mais quietos, conta. "Sabemos qual é a justiça de Deus, mas esperamos a justiça da terra", desabafa.

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