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A Polícia Civil de São Paulo foi prender o advogado e policial militar aposentado Mizael Bispo de Souza, de 40 anos, principal suspeito pelo assassinato da ex-namorada, a advogada Mércia Nakashima, de 28 anos, mas não o encontrou na casa dele, em Guarulhos, na Grande SP. A informação é do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A prisão temporária por 30 dias de Mizael foi decretada na manhã deste sábado (10) pela Justiça de Guarulhos, na Grande SP, a pedido do DHPP. O que motivou o pedido foi o depoimento que o vigilante Evandro Bezerra Silva, de 38 anos, outro suposto envolvido no crime e considerado cúmplice de Mizael, deu para policiais paulistas do DHPP em Sergipe. Ele falou da cadeia em Nossa Senhora da Glória, a 115 km da capital Aracaju, onde o segurança está detido, ele negou a versão anterior dada à polícia sergipana e afirmou agora que Mizael matou Mércia por ciúmes numa represa em Nazaré Paulista, no interior do estado, em 23 de maio. Evandro teria dito que foi apenas buscar de carro o advogado no mesmo local, segundo informaram ao portal G1 policiais.

A advogada havia deixado a casa dos avós em Guarulhos e desapareceu sem dar mais notícias em 23 de maio. Foi ainda na mesma represa que o carro da advogada, um Honda Fit prata, foi localizado submerso no dia 10 de junho após a denúncia feita por um pescador. O corpo da vítima foi encontrado em 11 de junho pelos bombeiros. A testemunha contou à polícia que viu um homem alto não identificado sair do veículo e escutou gritos de mulher antes de o automóvel afundar.

Não há informações se Mizael pretende se apresentar à polícia. Caso isso ocorra, ele deverá ser levado para o presídio Romão Gomes, da Polícia Militar em SP, pelo fato de ser policial militar aposentado. Em outras oportunidades, o ex sempre negou o crime. O portal G1 não conseguiu localizar o advogado do suspeito, Samir Haddad Júnior, para comentar ao assunto nesta manhã.

O segurança Evandro já estava preso por suspeita de envolvimento com o crime. Ele foi detido na sexta-feira (10) após ficar foragido desde o dia 25 de junho, quando também teve a prisão temporária por 30 dias determinada pela Justiça por faltar a um depoimento no DHPP na capital paulista.

Segundo os peritos da Polícia Técnico-Científica, a mulher levou um tiro no rosto, teria desmaiado e morrido afogada. O laudo do Instituto Médico legal (IML) sobre a causa da morte deve ficar pronto até a próxima semana. Assim como os exames feitos no veículo para encontrar pistas do assassino. Para a investigação, além de Mizael e Evandro, o irmão do advogado também estaria envolvido no homicídio. Ele ligou 27 vezes para o vigilante num período próximo ao sumiço de Mércia.

O delegado Antonio de Olim e um investigador do DHPP, que viajaram na sexta de São Paulo para Sergipe para ouvir Evandro, devem retornar na noite deste sábado com o vigilante preso. O objetivo dos policiais de SP é ouvi-lo novamente.

No dia em que Mércia sumiu, testemunhas disseram ter visto Bispo conversar com um vigilante Evandro, que trabalhava num posto de gasolina em Guarulhos. A Polícia Civil de Sergipe informou que o vigilante confirmou que trabalhava para o ex-namorado de Mércia e que mantinha contatos com o Mizael pois trabalhava para ele como segurança.

Ainda, de acordo com a investigação do DHPP, a quebra de sigilos telefônicos dos suspeitos autorizada pela Justiça revelou que Evandro conversou diversas vezes com Mizael, pessoalmente e por telefone, antes, durante e depois do desaparecimento e morte de Mércia.

"O Evandro participou. Veja o que nós temos aí. Eles se encontravam, né? Se encontraram muito antes do crime. E se encontraram no dia do crime, se encontraram um dia antes do crime. Quer dizer: tem muitas coincidências, muitas ligações [telefônicas], muitas coisas que unem os dois nos dias dos fatos", disse o delegado Antonio de Olim, do DHPP.

Além disso, uma testemunha chegou a dizer à polícia de SP que o segurança Evandro teria recebido R$ 5 mil de Mizael para fazer uma "coisa errada". Para a investigação, essa "coisa errada" seria ajudar a matar Mércia. Mizael é apontado como uma pessoa violenta pelos parentes da vítima. Segundo os familiares da advogada, ele não aceitava o fim do namordo de 4 anos com a advogada.

Primeiro depoimento de Evandro

No primeiro depoimento que Evandro deu a polícia sergipana, ele negou qualquer envolvimento no crime. Disse que não havia matado Mércia e que não havia fugido de Guarulhos para Sergipe. Alegou que estava no Nordeste a passeio.

O segurança foi preso às 2h45 desta sexta, num sítio em Canindé de São Francisco, a 200 km da capital Aracaju, onde estava escondido com familiares. Evandro não resistiu à prisão em Sergipe.

Segundo Antonio Francisco de Oliveira Filho, delegado da polícia em Sergipe, depois de fugir do estado de São Paulo, Evandro também passou por Alagoas e há duas semanas foi para a casa de parentes, no interior de Sergipe, onde foi preso.

A prisão dele foi possível graças ao trabalho em conjunto das polícias paulista, sergipana e alagoana. O vigilante estava sendo monitorado há cerca de dez dias por meio da quebra dos sigilos telefônicos do seu celular autorizada pela Justiça.

"Nós estamos monitorando ele há uns 10 dias, tem até uns policiais de Alagoas que nos apoiaram. E por São Paulo eu fui monitorando, fui fechando o cerco até onde ele estava hospedado na casa de um cunhado dele juntamente com a esposa e hoje [sexta] o pessoal da especializada de Sergipe invadiu a residência lá e prendeu o Evandro", disse o delegado Antonio de Olim, do DHPP.

Como está sob custódia da investigação, Evandro deverá ser levado preso para algum distrito policial em São Paulo para dormir. Geralmente, o 77º DP, em Santa Cecília, na região central, acolhe presos temporários.

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