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Curitiba

Polícia vai analisar imagens para saber se seguranças agrediram jovem em bar

Delegado também vai convocar clientes que estavam na fila para prestarem depoimento. Casa noturna afirma que gravações comprovam que rapaz caiu ao sair do bar sem pagar

Imagens gravadas por câmeras de segurança e clientes que estavam na fila do James Bar, no Centro de Curitiba, vão ajudar a polícia a descobrir se um jovem de 18 anos foi espancado por seguranças da casa no último fim de semana. O pai do rapaz registrou boletim de ocorrência no 3º Distrito Policial (DP), alegando que o filho foi agredido. O advogado do bar, Edward Rocha de Carvalho, garantiu que há elementos que comprovam que o garoto caiu, depois de ter saído do bar sem pagar a conta.

Nesta sexta-feira, a Gazeta do Povo tentou novamente contato por telefone com familiares do jovem, mas não foi atendida.

O delegado do 3º DP, Rogério Martin de Castro, instaurou inquérito policial para investigar o caso. Nesta sexta-feira (11), o bar repassou à polícia imagens de câmeras de segurança do estabelecimento e a relação de seguranças que trabalharam no fim de semana. Em um levantamento no local, os policiais detectaram outros seis pontos (um posto de combustíveis, quatro comércios e um condomínio) que também têm circuito de monitoramento, cujas câmeras podem ter gravado o que aconteceu. "Enviamos ofícios, solicitando essas imagens", informou o delegado.

A partir da semana que vem, a polícia começará a ouvir testemunhas – clientes da casa que estavam na fila. Uma relação de oito pessoas que afirmam ter presenciado o ocorrido foi entregue ao delegado pelo advogado do bar. "Até a segunda-feira (14), eu pretendo apresentar pelo menos mais dez nomes", adiantou Carvalho. O advogado também apresentou cópias de depoimentos que testemunhas registraram em redes sociais na internet.

Segundo o delegado, a partir da análise das imagens e do depoimento das testemunhas, a polícia terá indícios mais consistentes do que realmente ocorreu, já que o pai da vítima e o advogado da casa apresentaram versões divergentes. "O que a gente tem certeza é de que houve a interferência de um segurança. Se nas imagens for constatado que houve um acidente, não há crime a ser apurado", disse Castro.

Versões

O caso ocorreu na madrugada de sábado (5) para domingo (6). De acordo com a direção da casa, o rapaz não tinha dinheiro suficiente para pagar a conta de R$ 60. O gerente teria tentado negociar, pedindo ao jovem que fizesse empréstimo de algum amigo ou que telefonasse para os pais. Após rejeitar a negociação, o garoto teria saído sem pagar a comanda e foi perseguido por um segurança. De acordo com o advogado, o jovem teria tropeçado e caído. O segurança que vinha atrás caiu por cima dele.

"Quem acusa, tem que provar. O que a casa está fazendo é ter uma postura proativa, porque estamos perfeitamente tranquilos em relação ao que ocorreu. Há dezenas de testemunhas que comprovam que ele [o garoto] caiu", afirmou o advogado.

Entre os familiares do garoto, há duas versões. No boletim de ocorrência, o pai do rapaz afirma que o filho foi imobilizado pelo segurança com um golpe conhecido como "mata-leão". Outro segurança teria desferido chutes no joelho do jovem, segundo o relato do pai.

Na terça-feira (8), a tia do menino encaminhou um e-mail à comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e à Associação de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), denunciando o suposto caso de agressão. De acordo com a mulher, o rapaz foi rendido por seguranças e espancado até desmaiar.

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