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O presidente do Sindicato dos Investigadores da Policia Civil de São Paulo, João Rebouças, disse nesta sexta-feira (17) que policiais de outros estados ofereceram realizar uma paralisação de 24 horas em solidariedade à greve da Polícia Civil paulista. Rebouças promete também endurecer o cumprimento da cartilha de greve a partir de agora.

"Policiais de vários estados telefonaram perplexos e se propuseram a fazer uma paralisação em repúdio ao governo (paulista)", disse Rebouças. Policiais civis entraram em confronto com a Polícia Militar nesta quinta-feira (16), quando tentavam seguir em passeata até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo.

Em reunião na sede do sindicato, policiais ligados a sindicatos de outros estados discursaram em favor da paralisação nacional. "Essa idéia partiu de policiais civis numa demonstração de solidariedade. O objetivo é demonstrar ao governo que tem que receber os policiais", disse o presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis no estado do Paraná, Paulo Roberto Martins.

Na presença de vereadores e líderes de centrais sindicais, grevistas também fizeram críticas a Serra por acusar a manifestação de ter sido político-eleitoral e não ter recebido sindicalistas na quinta-feira. Para responder à acusação de que a passeata foi um ato partidário por ter sido apoiada pelo deputado federal Paulinho da Força (PDT) e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Rebouças disse que qualquer apoio à greve é bem-vindo. "Ninguém aqui está fazendo política", disse Rebouças.

A afirmação foi feita pelo governador durante um evento nesta sexta-feira (17). "A motivação partidária é obvia, já falei isso ontem [quinta] e não vou me alongar. Basta olhar os textos dos discursos desses políticos. O evento de ontem foi programado pelo Paulinho, da Força Sindical, aliás, que é um deputado da Força Sindical envolvido em escândalo, que tem processo de cassação em andamento. Provavelmente ele quer fazer uma cortina de fumaça", disse.

Paulinho disse que o governador, ao invés de procurar um culpado, tem que assumir a responsabilidade dele pela greve. O deputado também participou do encontro realizado na sede do sindicato dos investigadores. "Minha entidade tem que apoiar os movimentos sindicais do Brasil. Como representante dos trabalhadores, eu tenho que apoiar. Ele [Serra] tem que assumir a responsabilidade dele. A greve é culpa dele, ele tem que resolver".

Na noite de quinta, a Força Sindical divulgou nota em que "repudiou com veemência" a atuação de Serra no caso. "Os dirigentes das seis centrais sindicais presentes ao ato ficaram indignados com a brutalidade da Polícia Militar contra os servidores. É intolerável que um governador eleito democraticamente utilize métodos truculentos contra servidores em luta."

Confronto

Serra disse aos jornalistas que não existe "crise" nas polícias. "Crise entre as polícias não existe entre os comandos da PM, da Polícia Civil e da Polícia Científica. Os eventos de ontem não refletiram confronto entre as corporações como tal. Foi conflito localizado."

O governador afirmou ainda que não há "intransigência" do governo em relação à greve da Polícia Civil. "O governo tem a sua proposta, aí eles continuam a greve porque pensam que as propostas não são satisfatórias e pedem coisas que são inexeqüíveis."

Segundo ele, o atendimento às reivindicações teria um peso de R$ 3 bilhões a 4 bilhões sobre o orçamento. "Não existe esse dinheiro, não fabricamos dinheiro, dinheiro não nasce em árvore. (...) Além do mais essa crise internacional exige responsabilidade dobrada."

O governador classificou ainda o episódio como "lamentável" e disse que as três polícias vão investigar a responsabilidade pelo incidente.

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