
A greve de policiais federais entrou ontem na quinta semana com protestos em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na capital paulista, eles se concentraram em frente do prédio da Superintendência da Polícia Federal. Os manifestantes hastearam uma bandeira com a inscrição "SOS para a Polícia Federal" e simbolicamente queimaram diplomas para mostrar que a categoria (agentes, escrivães e papiloscopistas) tem nível superior, porém não recebe salário correspondente. As informações são da Agência Brasil.
Segundo o diretor financeiro do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal do Estado de São Paulo, Nilton Mendes, o ato buscou chamar a atenção para a principal reivindicação dos servidores, que é a reestruturação da carreira. "Houve um pouco de negociação no início da greve e depois disso não houve mais, porque o governo disse que o prazo para as negociações se encerrou, mas nós não entramos em greve por causa de salário e sim por uma necessidade de reestruturação, que o governo não se manifesta no sentido de fazer."
Mendes ressaltou que a greve deve continuar por tempo indeterminado e que a adesão nunca foi tão grande em todos os estados. "A partir do momento em que o governo anunciou que iria cortar o ponto dos grevistas, os servidores ficaram mais inclinados a participar."
De acordo com informações da Polícia Federal e do sindicato, os serviços de emissão de passaporte e atendimento ao estrangeiro continuam, pois os funcionários desses setores são terceirizados. Segundo a PF e o sindicato, a greve afetou, principalmente, os inquéritos e investigações.
Além da reestruturação da carreira, os servidores pedem reajuste salarial, realização de novos concursos e aumento do efetivo, além do reajuste nos valores dos auxílios-alimentação, saúde, creche e transporte. Agentes, escrivães e papiloscopistas da PF recebem R$ 7,5 mil como salário inicial e pedem equiparação com as carreiras típicas de Estado, como a de auditor da Receita Federal e a de oficial da Agência Brasileira de Inteligência.



