Os três policiais paranaenses do grupo Tigre (Tático Integrado Grupo de Repressão Especial), que participaram de uma ação no Rio Grande do Sul na semana passada, acharam que o sargento da Brigada Militar gaúcha Ariel da Silva estava fazendo a segurança dos sequestradores. A informação foi obtida ontem no depoimento dos policiais ao delegado da corregedoria da Polícia Civil gaúcha, Paulo Rogério Grillo.
Segundo o jornal Zero Hora, o delegado informou, em entrevista coletiva, que os investigadores disseram que ficaram por duas horas fazendo um levantamento sobre o possível local onde estaria um dos integrantes da quadrilha acusada de sequestrar dois paranaenses.
A desconfiança dos investigadores em relação ao sargento ficou mais forte quando ele ultrapassou o veículo descaracterizado da polícia do Paraná, fez meia volta e retornou por trás da viatura. Nesse momento, o sargento sacou a arma e os policiais fizeram os disparos em direção do policial gaúcho, segundo a versão dos paranaenses. O autor dos disparos foi um investigador identificado apenas como Alex, com 11 anos de experiência. Ele achou que o sargento era bandido. Segundo Alex, os disparos dele e do sargento ocorreram praticamente ao mesmo tempo.
Reconstituição
Os três investigadores estão na capital gaúcha desde segunda-feira devem permanecer presos no Grupamento de Operações Especiais da Polícia Civil do Rio Grande do Sul pelo menos até a reconstituição da morte, que deve ocorrer na próxima terça-feira.
"Toda a responsabilidade sobre a integridade física e moral dos referidos policiais passa a ser do governo do Rio Grande do Sul", disse a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) em nota divulgada na segunda-feira. A Procuradoria Geral do Estado do Paraná vai acompanhar o caso. O órgão ainda reafirma o propósito de colaborar com as investigações para elucidar o caso e reitera a "irrestrita confiança na Polícia Civil do Estado e, de forma enfática, sua admiração e respeito pelo trabalho desenvolvido há muitos anos pelo Grupo TIGRE, que o tornou referência nacional no combate às ações criminosas de sequestro e cárcere privado".



