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Calçadão

Policial prende vigia ao ser barrado em banco

Armado, policial civil dá voz de prisão ao vigilante após ser impedido de entrar na agência pelo detector de metal. Gerente também foi autuado

Um vigilante e o gerente do Banco Santander do Calçadão de Londrina, na região Norte do Paraná, foram parar na tarde de terça-feira (2) na 10ª Subdivisão Policial (SDP) após o policial civil aposentado Roberto Almeida ser barrado na porta da agência, quando chamou apoio e prendeu ambos. De acordo com Geraldo Fausto dos Santos, diretor do Sindicato dos Bancários, o policial tentou entrar no banco quando a porta travou em razão da detecção da arma.

"O cliente se anunciou como policial civil, então o vigilante pediu a credencial, que estava rasurada. Tudo o que ele fez foi ir verificar o documento com o gerente. Ele [policial] seria liberado para entrar, mas o policial teve uma reação desproporcional. Inclusive colocou em risco os clientes da agência", afirmou Santos.

Segundo o diretor sindical, o policial se sentiu ofendido, deu voz de prisão ao vigilante, tomou-lhe a arma, algemou-o e chamou mais três policiais em reforço. "Ele [vigilante] foi agredido em uma ação de total despreparo. É um trabalhador". Na delegacia, o vigilante foi autuado por desobediência e o gerente por resistência. "Somos solidários ao vigilante e ao gerente. As gravações internas do sistema de câmeras devem mostrar inclusive o policial rendendo o vigilante com uma arma na cabeça e colocando todos os clientes em risco. Causou pânico total", disse o diretor do sindicato.

O delegado-chefe da Polícia Civil, Sérgio Barroso, defendeu a conduta do policial. "O vigilante sabia que ele era policial, pois se conheciam anteriormente. O policial era cliente da agência e não poderia deixar a arma do lado de fora do banco, nem ter o acesso impedido". Na avaliação do delegado-chefe, "criaram embaraço para que o policial não entrasse armado" e por essa razão foi dada a voz de prisão. "O gerente tentou impedir a saída do policial travando a porta do banco e por isso também foi autuado".

Barroso argumentou que o policial Almeida tem boa atuação profissional – inclusive o orientou a processar o banco diante do constrangimento a que teria sido submetido. "Para mim, é um excelente policial e agiu no estrito cumprimento da lei." A reportagem não conseguiu contato ontem com o policial, o gerente da agência e o vigilante.

Quando foram para a delegacia, o delegado Lanevilton Moreira não quis ouvir testemunhas que estavam no momento do incidente. Ele somente quis ouvir os colegas de profissão, o gerente e o vigia. Segundo ele, a postura do policial foi correta e que houve abuso por parte do vigilante. Moreira ainda afirma que o funcionário do banco deve responder por resistência, pois teria tentado impedir a prisão do vigia.

Em entrevista ao telejornal ParanáTV da RPCTV, Moreira diz que qualquer policial civil tem o direito de possuir livremente uma arma de fogo em todo território nacional.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do governo estadual condena a atitude do vigilante, pois teria exposto o policial civil a uma situação constrangedora. Segundo a secretaria, o vigilante deveria ter conhecido o policial.

Uma sindicância será aberta para apurar as irregularidades que teriam sido praticadas pelo banco. O gerente do banco informou que o policial não é cliente da agência e que queria pagar uma conta. O banco afirma que as imagens das câmeras de segurança mostram e comprovam toda a ação, que seria classificada como um abuso de autoridade.

Interatividade – Qual sua opinião sobre a conduta do policial e do vigia? E sobre o sistema de segurança nas agências bancárias?

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