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A ONG Voto Livre fez da bicicleta o veículo para incentivar a população a participar da vida política da cidade. Formada por representantes da sociedade civil local, a entidade trabalha para apresentar um projeto de iniciativa popular na Câmara dos Vereadores de Curitiba que inclua a bicicleta como modal de transporte na cidade. A proposta prevê a destinação de 5% da malha viária local para a construção de ciclovias e ciclofaixas no modelo funcional – hoje as ciclovias da cidade são voltadas exclusivamente ao lazer.

"A mobilidade urbana exige atenção. Curitiba será sede da Copa de 2014 e vive hoje um trânsito caótico: o incentivo ao uso da bicicleta é uma solução simples, ecologicamente correta e de baixo impacto econômico", defende o advogado Henrique Ressel, um dos fundadores do grupo.

Para que o projeto seja apresentado são necessários 65 mil "votos" – coletados em um abaixo-assinado no site votolivre.org. Atualmente, o projeto está próximo de atingir os 4 mil votos.

Na cena cultural curitibana, a bicicleta também virou tema de exposição e letra de música. O artista de rua Plá compôs um CD exclusivamente dedicado à causa das duas rodas, com uma faixa intitulada "A invasão das Bi­­­cicletas" e outras músicas, com refrões como "pra andar de bicicleta tem que ter moral", ou "menos carros, mais bicicletas; mais feijão com arroz, menos CO2". A banda local Real Coletivo Dub também compôs a música "Vou de Bike", com a participação do cantor de reggae jamaicano Eek–A–Mouse. O clip da música foi gravado no Centro Cívico e contou com a participação de uma centena de ciclistas voluntários.

"A bicicleta é um modo de vida", defende o guitarrista e compositor da banda, Eduardo Gomide. A letra da canção atribui aos políticos locais a falta de consciência e de estímulo ao uso das bicicletas. "Solução do mundo, só o governo que não vê. Uma simples ciclofaixa, eles não querem nem saber. E se a gente faz por conta eles mandam nos prender", diz a letra, lembrando do episódio em que um protesto com a pintura de uma ciclofaixa, em 2008, terminou com os responsáveis multados pela prefeitura de Curitiba por crime am­­­biental. "É irônico que quem incentiva o uso de um meio não poluente responda por crime ambiental", critica o músico.

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