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Longas filas e muita paciência à espera da barca: cena comum na fila do ferryboat | Walter Alves/ Gazeta do Povo
Longas filas e muita paciência à espera da barca: cena comum na fila do ferryboat| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Esperança antiga

Obra é "sonho" de moradores desde a década de 1970

Fernanda Trisotto

A ponte entre Guaratuba e Matinhos é um sonho antigo dos moradores do local. Desde 1960, a travessia de veículos é feita exclusivamente por meio do ferryboat – serviço que já foi estatal, e hoje é concessão pública. Nos últimos anos, protestos reivindicando a construção de uma estrutura que ligue os dois balneários se tornaram constantes.

Apesar disso, as discussões relacionadas à ponte são bem mais antigas que os conflitos recentes: ganharam corpo na década de 1970. Em 1989, uma emenda à Constituição Estadual determinava a execução da obra, por meio de concessão pública. Em 1991, a lei que regulamenta a ideia chegou a ser sancionada e um processo de licitação foi aberto, mas o projeto não seguiu adiante. Em 1990, uma empresa curitibana chegou a idealizar um projeto, orçado, à época, em US$ 15 milhões.

O governo do Paraná pretende dar início, nos próximos meses, a uma nova busca de viabilizar a construção de uma ponte ligando os balneários de Guaratuba e Matinhos, no litoral do Paraná. Já está nas mãos do departamento jurídico do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) o edital de chamamento público pelo qual empresas interessadas em executar a obra poderão apresentar seus projetos. A melhor proposta deve ser escolhida ainda neste ano. A projeção é de que a ponte seja concluída em 2015.

De acordo com o edital, as propostas a serem apresentadas pelas empresas terão de contemplar não só a edificação da ligação entre os dois municípios, mas também alternativas rodoviárias para o acesso. O objetivo é evitar que todo o tráfego da PR-142 seja direcionado aos balneários, o que impactaria negativamente na vida da comunidade.

A empresa escolhida para executar a obra também terá direito de explorar a ponte durante o período de concessão – inicialmente estimado entre 20 e 25 anos. Apesar disso, o preço da tarifa a ser cobrada dos usuários vai depender do projeto apresentado e dos tipos de veículos que poderão usar a estrutura. O DER também evita falar no custo da obra, argumentando que o orçamento está sujeito às tecnologias e intervenções previstas pelas empresas.

Prazos

O DER espera lançar o edital em 60 dias. Em seguida, as empresas terão 30 dias para apresentar propostas, que serão analisadas a partir de critérios técnicos por uma comissão do órgão estadual. A obra será realizada por meio de Parceria Público-Privada (PPP).

Segundo o cronograma, a partir do ano que vem, a empresa escolhida poderá dar início à corrida para conseguir as licenças ambientais, o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Am­biental (EVTEA) e a conclusão do projeto executivo.

O engenheiro e ex-secretário de Estado de Transportes Mário Stamm Júnior destaca que três pontos serão determinantes para o sucesso do projeto. O primeiro deles seria a integração da ponte com o sistema viário já existente. "As empresas terão que ter uma visão geral e global, interligando a nova estrutura com os trechos rodoviários e com suas adequações necessárias, como trechos a serem duplicados ou construídos", apontou.

Os outros dois pontos elencados pelo especialista são a agilidade na conquista das licenças ambientais e o custo da obra. "Nesses dois itens, você tem que avaliar a demanda custo-benefício. Neste sentido, estudos de engenharias são fundamentais e vão dar uma dimensão mais exata do peso da obra", disse.

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