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A prefeitura de Maringá quer ampliar a malha cicloviária dos atuais 15 km para 87 km até 2016 | Prefeitura de Maringá/Divulgação
A prefeitura de Maringá quer ampliar a malha cicloviária dos atuais 15 km para 87 km até 2016| Foto: Prefeitura de Maringá/Divulgação

Participação

Associação de ciclistas ajudou a montar pesquisa

O integrante da Associação dos Ciclistas do Noroeste do Paraná (Ciclo Noroeste) Marcos Beto argumenta que a ação da prefeitura está sendo realizada após muita discussão com o grupo. A própria pesquisa, segundo ele, foi elaborada em parceria em uma das reuniões. "A prefeitura tinha ideias que nós não concordávamos, como construir ciclovias em locais que nós sabemos que seriam pouco utilizadas. Ainda há muito a ser feito, mas já é um avanço", pondera.

Beto revela que a arquiteta e urbanista da Secretaria Municipal de Planejamento de Maringá Elise Savi é uma das associadas da Ciclo Noroeste e é quem está responsável do projeto municipal. "Temos um braço forte lá dentro [da prefeitura], pois é alguém que vivencia o dia a dia e sabe das necessidades e prioridades", diz.

A prefeitura informou que Elise está em férias na Holanda, onde aproveita para visitar algumas cidades com o intuito de trazer ideias de mobilidade para Maringá.

As ciclovias já têm espaço cativo nas discussões sobre modal de transporte nas grandes cidades tomadas pela quantidade cada vez maior de automóveis. E nada melhor do que quem usa a bicicleta para definir os locais prioritários para as magrelas circularem. Por causa disso, a prefeitura de Maringá, no Noroeste do Paraná, abriu uma pesquisa on-line para, junto com os ciclistas, elencar, durante seis meses, as principais vias da cidade onde deverá ser construída a malha ciclável do plano cicloviário municipal.

Pelo projeto, ainda em desenvolvimento, apresentado no mês passado, a previsão quer estender os atuais 15 quilômetros de ciclovia para 87 quilômetros até 2016, com planejamento de expansão para os próximos anos. Inicialmente, duas pistas de 2,4 quilômetros, que já haviam sido aprovadas pela gestão municipal, estão sendo construídos na Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, e que recentemente sofreu a retirada dos estacionamentos chamados "espinhas de peixe". As pistas já existentes também deverão ser reformadas. Serão investidos cerca de R$ 304 mil por quilômetro, segundo a prefeitura.

A pesquisa colaborativa, explica o diretor de Mobilidade Urbana de Ma­­ringá, Mauro Menegazzo, será essencial para que os ciclistas indiquem os caminhos utilizados. No questionário, disponível no site da prefeitura, há perguntas como idade, renda, distância percorrida, se o deslocamento é para estudo, trabalho ou lazer, trajeto utilizado, tempo de deslocamento e sugestão de qual ponto da cidade o cidadão gostaria da passagem de uma ciclovia.

Menegazzo comenta que Curitiba foi inspiradora, já que pesquisa semelhante também será aplicada na capital a partir de dezembro deste ano, com a diferença de que o Executivo municipal curitibano irá mexer no bolso para contratar a pesquisa "origem-destino", que será somada à formatação do Plano de Mobilidade Urbana e Transporte Integrado. "Optamos por algo mais simples, on-line e contando com a divulgação boca a boca nos grupos de ciclistas."

No formulário também há espaço para a indicação de ciclofaixas e ciclorrotas. "As duas também são essenciais e o investimento é menor. Não há uma intervenção drástica. Dependeremos apenas de acalmar o tráfego, diminuindo o limite de velocidade, além de educar o motoristas." Ao fim do levantamento, a administração municipal irá analisar os traçados a fim de incluí-los no projeto.

Debates

O doutor em Antropologia Ecológica e professor de pós-graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Henrique Manoel da Silva tem acompanhado de perto os debates realizados na cidade sobre mobilidade urbana. Para ele, a discussão é pertinente e contorna o futuro do sistema intermodal. "A bicicleta é uma tendência sustentável que precisa ser discutida até que se implante sistemas que encorajem o cidadão a deixar o carro e ir de bicicleta. Mas para isso, ele precisa ter estrutura e se sentir seguro. Essa discussão precisa ser constante, só assim esses projetos serão aprimorados. Em Maringá, nossa topografia é excelente, logo, as ciclovias são viáveis e de extrema importância", conclui.

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