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crise hídrica

Por enquanto não haverá rodízio, diz Alckmin

Governador de São Paulo optou pela redução da pressão para evitar o desperdício de água. União promete ajudar estados afetados pela seca

 | Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas
(Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), descartou ontem a necessidade imediata de rodízio de água no estado. Alckmin se reuniu pela terceira vez com a presidente Dilma Rousseff (PT) para discutir a ajuda que o governo federal pode dar para enfrentar a crise hídrica. Na quinta-feira, a Sabesp também havia informado que não há nenhuma decisão sobre a implantação de um rodízio na Grande São Paulo.

O governador optou pela redução da pressão para evitar o desperdício de água ao longo do sistema de distribuição. "Porque se diminui a pressão, evita perdas invisíveis". O governo federal reafirmou o compromisso de dar apoio aos estados do Sudeste para enfrentar a crise hídrica.

Alckmin afirmou que não pretende usar a terceira cota do volume morto do sistema Cantareira, o principal da Grande São Paulo e próximo a um colapso completo. Após reunião com Dilma, ele afirmou que o uso da terceira e última reserva técnica do reservatório só será usada em "extrema necessidade". O Cantareira atende hoje cerca de 6,2 milhões de pessoas.

Alckmin explicou o projeto sobre interligação da represa Billings, na zona sul de São Paulo, com o sistema Alto Tietê, a leste. Uma adutora será construída ao lado de um gasoduto da Petrobras. A obra levará água do Rio Grande, um braço limpo da Billings, para o Alto Tietê, com maior capacidade de tratamento.

Os governos federal e paulista se reuniram para discutir a obra que interliga o Paraíba do Sul ao sistema Cantareira. Orçada em R$ 830,5 milhões, a obra deve ficar pronta em setembro de 2016.

Anteontem, quando a possibilidade de racionamento ainda não havia sido descartado, houve uma corridaàs distribuidoras de água mineral (foto)."Eu entrei em pânico", disse a dona de casa Eliana Rossi, que comprou 140 litros de uma vez.

Rio fará projeto de lei que obriga indústrias a reutilizar água

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse ontem que enviará à Assembleia Legislativa um projeto de lei que obriga as indústrias fluminenses a reutilizarem a água usada no processo de produção. A intenção é enviar a proposta logo no início das atividades da Alerj, em fevereiro.

A medida é uma tentativa de reduzir o desperdício de água e decorre do anúncio da redução da vazão do Rio Paraíba do Sul de 140 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 110 m³/s na barragem da Usina Hidrelétrica de Santa Cecília, em Barra do Piraí, feito pela Agência Nacional de Águas (ANA) no início do mês.

A decisão da ANA, segundo Pezão, não foi o acordado entre o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, e os governadores do Rio, São Paulo e Minas, que mais sofrem com a crise no Sudeste, além de representar risco para o abastecimento do Rio e da região metropolitana.

Pezão também descartou o racionamento de água e a sobretaxa para quem aumentar o consumo. A única medida emergencial no momento é reforçar a campanha institucional para que a população economize água, o que, junto com as obras da Companhia Estadual de Águas e Esgotos nas estações e reservatórios, pode garantir o abastecimento em um ritmo normal.

Outra medida estudada pelo estado é a utilização de fontes alternativas de obtenção de água potável. "Estão vindo técnicos de Israel e da Espanha para analisarmos programas de dessalinização e outras formas que estão sendo usadas hoje", disse.

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