
A queda nas temperaturas refletiu no número de atendimentos nas Unidades de Saúde de Curitiba. Já na semana passada, quando o frio ainda não era tão intenso, as consultas por conta de infecções respiratórias representavam 22% dos atendimentos. Das 66.648 consultas, 14.650 foram desse tipo de doença. De acordo com a diretora do Centro de Epidemiologia de Curitiba da Secretaria Municipal de Saúde, Karin Luhm, a tendência é de que daqui para frente esse porcentual aumente mais, já que os meses de junho e julho costumam ser os mais complicados. "No início de junho de 2006, os atendimentos de doenças respiratórias chegaram a representar 29% do total", conta. Em épocas mais quentes, como o início de março, esse número fica em apenas 14%.
As mudanças climáticas bruscas colaboram para a ocorrência das infecções. Com o choque térmico, o organismo direciona suas energias para manter a temperatura corporal, o que acarreta em uma baixa na imunidade. Das infecções respiratórias, cerca de 90% são causadas por vírus e os outros 10% por bactérias.
Para o pediatra Eitan Naaman Berezin, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças são as principais vítimas porque ainda não possuem maturidade imunológica. "Com a chegada do inverno, o contato entre as pessoas aumenta, principalmente porque elas permanecem mais tempo em locais fechados.
De acordo com o infectologista Nelson Szpeiter, a gripe costuma ser a doença predominante durante o inverno. Entretanto, ele ressalta que existem mais de 100 tipos de vírus diferentes que podem ocasionar infecções respiratórias. "Por isso é importante que se os sintomas não diminuírem dentro de três dias e se houver febre e dificuldades para respirar, o paciente procure um médico, pois pode ser sinal de alguma complicação", explica. Além das pneumopatologias, outras complicações como sinusite, otite e bronquite também podem ocorrer depois de uma infecção que não teve tratamento adequado. A gripe pode ainda piorar os sintomas de asma e o estado de saúde de pacientes com doenças cardiovasculares. Os idosos costumam ser mais suscetíveis às complicações por conta do sistema imunológico debilitado.
Segundo o pneumologista Ricardo Alves, alguns cuidados simples podem ajudar a evitar a transmissão dos vírus. "É importante andar bem agasalhado, evitar choques térmicos e deixar o ambiente sempre arejado", exemplifica.



