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Obras Públicas

PR-323 passará por reparos, mas duplicação fica para 2015

Contrato de PPP foi assinado no último dia 5, porém, só terá eficácia total mediante formação de fundo garantidor pelo governo do estado, o que ainda não tem previsão de ocorrer

Quase seis meses após a escolha da empresa que irá administrar a rodovia PR-323, entre Paiçandu e Francisco Alves, nos próximos dias o trecho começará a receber intervenções de limpeza, roçada e reparos no pavimento e na sinalização. O contrato para início das obras foi assinado no último dia 5, de acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Seil), mas a duplicação dos 220 quilômetros de estrada deve sair do papel somente em 2015. Isso porque, para ter eficácia total, o contrato de Parceria Público-Privada (PPP) depende de um fundo garantidor, ainda não viabilizado pelo governo do estado.

Para firmar o contrato com a concessionária Rota das Fronteiras, liderada pela Odebrecht TransPort, o governo do Paraná utilizou uma carta fiança do Banco BTG. A garantia, de valor não revelado pela Seil, foi contratada por meio de pregão e permite a realização de trabalhos iniciais e do projeto de engenharia. A execução da totalidade da primeira PPP viária do estado, orçada em R$ 7,7 bilhões, depende da formação do fundo garantidor, ainda sem previsão, segundo a Seil.

O projeto contratado para a PR-323 inclui a construção de 19 viadutos, 22 trincheiras, 13 passarelas e nove pontes, além de marginais e ciclovias nas áreas urbanas de trincheiras, e a operação e manutenção da via por 30 anos. Por se tratar de uma obra de valor expressivo, o governo do estado precisa dar garantias financeiras de que cumprirá com sua parte na negociação – o depósito anual de R$ 95,7 milhões, para ajudar a custear as despesas com a duplicação do trecho.

Sem esse recurso para imobilizar numa conta-garantia, o Paraná teve de apelar para a montagem de um fundo garantidor, com ações de empresas e os chamados recebíveis (valores que o governo tem certeza de que serão arrecadados). A alternativa inclui etapas burocráticas de avaliação dos ativos financeiros que poderiam compor o fundo, uma vez que os papeis precisam ser facilmente negociáveis no mercado, para que não haja atrasos na obra.

Em entrevista à Gazeta do Povo, em julho deste ano, o economista Elton Augusto dos Anjos, responsável pela equipe que planeja as PPPs no Paraná, disse que o fundo garantidor deveria ser concluído em três ou quatro meses. O plano, na época, era a contratação de uma carta fiduciária – um documento de seguro para garantir o pagamento da despesa –, alternativa que acabou sendo adotada para viabilizar a assinatura do contrato.

Duplicação

Além do fundo garantidor, as obras de duplicação dependem do detalhamento dos estudos e do projeto executivo, além do processo de licenciamento ambiental. Segundo a assessoria do consórcio, a previsão é iniciar as obras de duplicação, readequação e restauração da pista, assim que os itens apresentados no projeto executivo forem aprovados e o licenciamento ambiental for concluído. A previsão é que isso ocorra no primeiro semestre de 2015.

Conforme a concessionária, nos primeiros cinco anos serão duplicados 163 km, entre Paiçandu e Perobal. No 16º ano de concessão, ocorrerá a duplicação dos 44 km entre Perobal e Francisco Alves, trecho com movimento menor de veículos. Somente após a conclusão das obras de duplicação de cada trecho, haverá cobrança de pedágio, fixado, inicialmente, em R$ 3,90.

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