Campo Mourão Manoel Custódio Ramos, 52 anos, prefeito de Fênix, município a 80 km de Campo Mourão, na região centro-oeste, foi assassinado por volta das 23 horas de sábado logo após estacionar o carro na garagem de sua casa. Segundo informações da Polícia Militar, o prefeito saiu de um churrasco com amigos e quando retornou para a sua residência acompanhado pela namorada de 17 anos para buscar uma garrafa de água mineral, uma pessoa ainda não identificada chamou-o até o portão da casa. Ao descer do automóvel o prefeito foi atingido por dois tiros, um na cabeça e outro no tórax. Eles teriam sido disparados por um homem de camiseta regata, bermuda e boné que, antes de fugir a pé, disparou mais três tiros contra o tórax de Manoel Custódio, que estava caído no chão.
A namorada contou que, ao ouvir o barulho, saiu do automóvel, um Vectra 2005. Mas o homem armado atirou contra ela (o disparou acertou a tampa traseira do automóvel) e mandou que entrasse novamente no carro. Populares e vizinhos que ouviram os disparos tentaram socorrer o prefeito, que faleceu imediatamente. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal de Campo Mourão por volta das 2 horas de domingo e liberado em seguida.
Segundo o responsável pelo IML, Milton Scheibel, os projéteis que mataram o prefeito eram de um revolver calibre 38 e foram modificados para aumentar o poder de destruição. O sepultamento está marcado para 9 horas de hoje no cemitério municipal.
Durante as primeiras horas de ontem, policiais militares e duas equipes da Polícia Civil de Campo Mourão e de Engenheiro Beltrão estiveram na residência do prefeito para tentar localizar pistas. "Por enquanto não há nenhum suspeito", disse o delegado de Engenheiro Beltrão, Claudimar Lugli. Segundo ele, a Polícia está trabalhando com três linhas de investigação: dívida pessoal ou da prefeitura, motivação política e problemas familiares. Conforme o comandante do destacamento da Polícia Militar de Fênix, Antônio Ferreira, os dois filhos do prefeito tinham diversas passagens pela polícia por porte de drogas, direção perigosa e documentação falsa. "Recentemente o prefeito foi até um ponto de tráfico buscar aparelhos eletrônicos trocados por drogas pelos filhos.".Ferreira contou que por diversas vezes policiais foram chamados para atender ocorrências na casa do prefeito. "Havia muita discussão e algumas vezes os filhos espancavam o pai."
Inimigos
Em Fênix, fala-se que o prefeito, que era do PMDB, tinha muitos inimigos políticos. Até mesmo a relação com o vice não era tranqüila. O vice-prefeito, Aristotoles Dias dos Santos Filho, disse que apesar de estar sem cargo na prefeitura desde que assumiu, em janeiro de 2005, nunca teve problemas com Manoel Custódio. "Foi um acordo que fizemos para eu não assumir um cargo." Segundo Santos Filho, ele estava conversando com amigos a poucos metros da casa do prefeito quando ouviu os tiros. "Não acreditei que fosse ele", contou.
Manoel Custódio Ramos, assumiu a prefeitura de Fênix em janeiro de 2005 por decisão judicial. Ele perdeu as eleições por uma diferença de oito votos, mas conseguiu provar na Justiça que houve compra de votos.



