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A prefeitura de Almirante Tamandaré (região metropolitana de Curitiba) vai pedir ao governo do estado que não faça o despejo de cerca de 500 famílias que vivem na Vila União, uma área de ocupação irregular no município. Os mais de 2 mil moradores do local temem que a qualquer momento a polícia os retire de lá, seguindo uma sentença de reintegração de posse da área concedida em 31 de janeiro. A promessa foi feita ontem pela manhã, durante uma reunião entre representantes da prefeitura e aproximadamente 50 moradores do bairro.

"Junto com o Instituto Ambiental (IAP) e a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) vamos fazer um levantamento para estudar a possibilidade de permanência de parte das famílias no local e da relocação das outras. Amanhã [hoje] mesmo vou tentar falar com o governador para que a PM não faça o despejo", disse o prefeito, Vilson Goinski.

A ocupação irregular da área de mais de 60 mil metros quadrados começou em 1995, quando famílias que fugiam de uma enchente começaram a ocupar o morro. "A solução para a situação da área é complexa. São muitas famílias em um terreno íngreme, perigoso, e outras na beira do rio", afirma o secretário de Habitação de Almirante Tamandaré, Martinho Carlos de Souza. Ele informa que no fim do ano passado foi encaminhado um projeto de regularização fundiária para relocação de moradores de uma área de preservação ambiental às margens do Rio Barigüi, onde vivem cerca de 40 famílias da Vila União.

A prefeitura também pretende intervir por um acordo com o proprietário do terreno, que já deixou clara a disposição de negociar a venda da área."Mas não temos condições de fazer a regularização. A um custo médio de R$ 5 mil por terreno, custaria para o município R$ 10 milhões, mas nosso orçamento anual é de cerca de R$ 50 milhões", justifica o secretário. A área de invasão possui uma estrutura semelhante à de bairros regulares. Tem uma creche grande, escola e água e luz instalados. "Se a prefeitura e o governo não considerassem a área habitável não teriam implantado todos esses serviços lá", diz a presidente da associação de moradores da Vila União, Hilma de Lourdes Santos.

Os moradores da vila viram como positiva a discussão desta quarta-deira, já que até então eles não haviam sido recebidos pelo prefeito. "Hoje eles assumiram o compromisso de ficar do nosso lado. Já tranqüiliza bastante todo mundo", avalia a líder comunitária. Segundo Hilma, as famílias aceitam a relocação, desde que o novo local tenha as mesmas condições da área onde moram.

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