O presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Augusto Canto Neto, nega que suas declarações tenham sido dadas anteontem com a intenção de pressionar o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a declarar apoio financeiro do governo federal à construção do metrô em Curitiba. Ele diz que recebeu com surpresa a notícia de que o estudo do metrô, que já é discutido há 20 anos, havia sido aprovado pelo Ministério das Cidades e encaminhado para receber o parecer do Ministério do Planejamento.
A discussão sobre o projeto do metrô também chegou à Câmara Municipal de Curitiba. Os vereadores André Passos e Pedro Paulo Costa, ambos do PT, reprovaram o pronunciamento de Canto Neto. "É lastimável que a visita do ministro seja atravessada dessa forma", disse Pedro Paulo. Eles devem entrar com pedido na Câmara para que a prefeitura apresente aos vereadores todos os projetos e estudos de metrô que já foram feitos e as planilhas de gastos. "A gente quer investimento que saia do papel", afirma Passos.
Através da assessoria, a prefeitura informa que, em 2001, recebeu R$ 5,8 milhões do governo federal para os projetos do metrô. Até hoje, foram usados R$ 4 milhões para a execução de levantamentos topográficos, pesquisas e pré-projeto. "Todos esses gastos tiveram sua prestação de contas encaminhada à Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) e ao Tribunal de Contas da União", diz a nota. O saldo de R$ 1,881 milhão na conta da prefeitura deve ser usado no projeto da linha Norte-Sul do metrô, "assim que a sua implantação receber o sinal verde do governo federal". Canto Neto também confirma que ainda não existe um projeto executivo para a construção do metrô.



