Preso pela polícia, o homem que vendeu um revólver 38 a Wellington Menezes de Oliveira disse que, se soubesse como sua arma seria usada, não a teria vendido e entregaria o jovem à polícia. "Eu não matei ninguém. Ele não falou que era para isso, falou que era para defesa pessoal", disse Manuel Freitas Louvise, 57 anos. Wellington usou o 38 no ataque que deixou 12 estudantes mortos na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, na quinta-feira da semana passada.
Louvise foi preso em casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na manhã de ontem. Disse que trabalhava na mesma empresa que Wellington e que vendeu a arma em setembro de 2010, pois precisava de dinheiro para consertar um carro. Ele tinha o revólver desde 1978. Segundo o suspeito, Wellington disse a ele que se mudaria para Sepetiba e precisava de uma arma para sua segurança.
"Ele quase não conversava com ninguém. Eu conversava com ele na portaria e ele falou que precisava de uma arma. Eu precisava de dinheiro", disse Louvise, que tem um neto de 12 anos, idade de uma das vítimas do massacre. Quando recebeu a notícia sobre o crime, disse que "foi uma tristeza imensa". De acordo com Louvise, Wellington o teria "aliciado" durante dois meses para que vendesse a arma, mas não deu detalhes do que acontecia.
Segundo o Tribunal de Justiça, uma análise técnica feita pela perícia identificou o número de série da arma, que estava raspado, e levou a Polícia Civil ao suspeito. Ainda conforme o tribunal, Louvise confessou à polícia a venda da arma, de munição e de carregadores ao atirador.
Outras duas pessoas já tinham sido presas sob suspeita de intermediarem a venda da outra arma usada por Wellington no massacre: um revólver calibre 32.



