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Inicialmente investigado como crime de vingança, o incêndio provocado em uma casa no CIC no dia 16 de fevereiro era motivado por ciúmes, segundo apurou as investigações da Delegacia de Homicídios (DH). O alvo da ação eram duas adolescentes, uma de 12 e outra de 17 anos, que moravam na Vila Ilha Bela mas estariam namorando rapazes da Vila Sandra, considerada "inimiga". Os autores do crime seriam Tiago Lhiar Daniel, de 19 anos, Cassio Marcelo Leal, 21, conhecido como "Sarney", e mais dois adolescentes. Apenas Leal foi preso, mas o mandado de prisão contra Tiago e de apreensão contra os adolescentes já foi expedido e eles são procurados pela DH.

As investigações apontaram que a ação tinha por objetivo matar as adolescentes e foi comandada por Daniel. Por volta das 5 horas da manhã, três pessoas invadiram a residência na Rua Esther da Silva Florenzano e Daniel ficou no portão. Enquanto Sarney lutava com o padrasto das moças, os dois menores derramaram gasolina em um colchão e nas duas adolescentes. "Segundo uma testemunha, dava para ouvir berros de que era para jogar o combustível no rosto das duas. Como as duas eram bonitas, a intenção era acabar de um modo cruel com a beleza delas. O próprio fogo indica que era um crime passional", conta o delegado responsável pelo caso, Danilo Zarlenga.

O padrasto, Marcelo Luiz Padilha, 36 anos, e a mãe das moças, Josiane de Lima, 38 anos, conseguiram fugir, mas as duas tiveram mais de 90% do corpo queimado e foram encaminhadas para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Evangélico. Josiane também foi levada ao hospital, mas foi liberada no mesmo dia após ser examinada e medicada. A mais nova faleceu cinco dias depois.

Sarney, preso nesta semana, teria dado uma coronhada em Josiane e entrado em luta corporal com Padilha. Em entrevista ele afirmou que foi até o endereço para fazer "outra coisa" e não sabia que os outros três transportavam um galão com gasolina. "Eu não conheço as meninas. Eu tava brigando com o rapaz e não vi o que estavam fazendo. Quando saí a casa já estava pegando fogo", contou. Sem passagens pela polícia, o único registro de infração que possui em seu nome é por dirigir sem habilitação de motorista.

Daniel, que continua foragido, cumpriu medida socioeducativa, quando ainda era menor de idade, por roubo. Quando os policiais da DH realizaram uma diligência na casa onde ele morava prenderam a mãe dele, Eliane Lhiar Goes, 39 anos, foragida do sistema penitenciária. Ela cumpria pena por ter assassinado o ex-marido em 2000, motivada por ciúmes.

Além de Sarney e Eliane, o padrasto das moças, Padilha, foi preso no dia 24 de fevereiro, quando se apresentou espontaneamente na Delegacia de Homicídios para prestar depoimento sobre o caso do incêndio. Ele era foragido da Colônia Penal Agrícola pelo crime de furto. Josiane também chegou a cumprir pena por ter cometido diversos furtos.

Inicialmente chegou-se a suspeitar que o padrasto e a mãe estivessem envolvidos no crime, já que ambos tinha passagem pela polícia e fugiram do local assim que a casa começou a pegar fogo. Entretanto, Zarlenga explica que essa opção foi logo descartada porque as declarações dos dois iam de encontro com os depoimentos prestados pelos vizinhos. "As duas moças já haviam recebido ameaças de morte, tanto que na noite do crime não haviam saído de casa por medo."

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