
A polícia prendeu na quinta-feira (28) dois supostos chefes de quadrilhas que roubavam cargas sob encomenda na Região Sul do país e em São Paulo, em especial na região de Curitiba. A Delegacia de São José dos Pinhais anunciou nesta sexta-feira (29) que há três organizações criminosas atuando na região. Só neste ano, São José dos Pinhaisteve pelo menos dez roubos desse tipo, de acordo com o delegado Osmar Dechiche. A polícia recuperou R$ 1 milhão em mercadorias roubadas.
O esquema dos bandidos é similar ao de uma família cuja prisão foi anunciada pelo Ministério Público no dia 13 deste mês. Eles recebiam a encomenda e tratavam de assaltar um caminhão com a mercadoria desejada pelo receptador.
A maneira do roubo varia, segundo a polícia. Uma das células é especializada em roubos na estrada. Com dois veículos, os bandidos sinalizam ao caminhoneiro que há algo supostamente errado no carro. Quando a vítima para, recebe a voz de assalto.
As outras duas quadrilhas agem no início da manhã, quando os caminhoneiros carregam as mercadorias. Armados, os bandidos trancavam os funcionários da transportadora em um cômodo enquanto levavam os produtos.
Em ambos os tipos de crime, são usados cerca de 5 bandidos por roubo e o caminhão é abandonado em regiões ermas.
Espinha Dorsal
Os dois presos da quinta-feira, Orli Hilleshein, 43 anos, e Almir Simões Alves, 46, são apontados pelo delegado Dechiche como os intermediadores entre os executores dos assaltos e os receptadores. Também foi preso Claudeylson de Souza, 24, apontado como um dos assaltantes.
As mercadorias roubadas eram esquentadas com notas fiscais fraudulentas de uma empresa de fachada, que tinha como endereço um barracão onde os produtos dos roubos eram estocados, no bairro Hauer, em Curitiba. Lá foram recuperados vários itens roubados como pneus, brinquedos, ferragens e estofados. O valor total das mercadorias seria de cerca de R$ 1 milhão, de acordo com a Polícia Civil.
O delegado Dechiche acredita ter "quebrado a espinha dorsal" do bando. "Primeiro enfocamos nos líderes, porque se prendêssemos um deles, todos fugiriam", disse o policial, que qualificou as quadrilhas como "extremamente organizadas".
Outro lado
Almir Simões Alves afirma que tem a ficha criminal limpa e tudo é um grande equívoco. Prometeu que na segunda-feira deve acionar um advogado para se manifestar publicamente sobre o assunto. Os outros dois detidos não quiseram falar à reportagem.



