A noite de domingo foi tensa na delegacia de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. No fim da tarde, detentos da unidade fizeram quatro adolescentes que estavam apreendidos no local como reféns. A rebelião só acabou quatro horas e meia depois, quando a cadeia foi invadida por equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especiais (Tigre).
A confusão começou por volta das 17h30, quando havia dois policiais e um carcereiro de plantão. Os presos arrebentaram duas grades para alcançar os adolescentes, que estavam abrigados no corredor da carceragem. Eles exigiam a transferência de companheiros já condenados, melhorias na alimentação e reclamavam da superlotação da cadeia. A unidade tem capacidade para 16 detentos, mas ontem tinha 72 internos.
Segundo o chefe do Cope, Miguel Stadler, a negociação começou por volta das 20 horas. Os policiais deram prazo de 30 minutos para que os reféns fossem liberados. Os detentos ameaçavam matar os adolescentes e só começaram a dar sinais de rendição quando as equipes do Cope e do Tigre iniciaram a invasão.
Por volta das 21h30 foram lançadas bombas de efeito moral no interior da carceragem. Os policiais tiveram de arrombar o portão de acesso às celas. Do lado de fora, parentes dos presos acompanhavam as negociações, além de equipes de apoio do Corpo de Bombeiros e do Siate. A rebelião só foi controlada às 22 horas, com a liberação dos reféns.
Depois de invadir a cadeia, a polícia encontrou alguns detentos feridos e muita destruição nas celas. Algumas grades foram arrebentadas pelos detentos. Os presos foram isolados, desarmados e revistados. De acordo com Stadler, alguns seriam transferidos ainda na noite de ontem.
