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O investigador Souza (ao centro, algemado) passou 24 horas com os presos | Aguinaldo Vilas Boas
O investigador Souza (ao centro, algemado) passou 24 horas com os presos| Foto: Aguinaldo Vilas Boas

Santo Antônio da Platina - Somente depois de 24 horas de negociação, os cerca de 70 presos da carceragem da 38.ª Delegacia de Polícia Civil de Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, se renderam e libertaram os reféns. Os rebelados exigiam a transferência para penitenciárias dos presos que já haviam sido julgados, a libertação daqueles que já tinham cumprido integralmente as suas penas e a troca do titular da delegacia, o delegado Júlio César de Sousa.

No domingo à tarde, por volta das 17 horas, os presos serraram as grades das 12 celas e renderam o investigador Tiago de Souza, que fazia plantão. Um outro policial conseguiu sair e avisar os colegas. Os presos destruíram todas as salas e em seguida incendiaram o local. Dos 118 presos que estavam na cadeia – onde só cabem 32 –, 48 fugiram. Até o começo da noite de ontem, 19 deles haviam sido recapturados.

Souza permaneceu todo o tempo junto com os líderes da rebelião, algemado sob a vista dos negociadores da polícia e da juíza da Vara Criminal do Fórum de Santo Antônio da Platina, Maristela de Andrade Carvalho, que coordenou as negociações. Dois outros presos foram levados para o telhado, amarrados e cobertos por colchões encharcados com álcool. Durante a madrugada, um dos presos mantidos como reféns conseguiu se jogar do alto do prédio. Ele fraturou os pés.

Somente na manhã de ontem, quando a juíza Maristela Carvalho anunciou que tinha analisado os processos de nove presos que já teriam cumprido as penas integralmente, os rebelados começaram a dar sinais de que cederiam. A juíza também aceitou analisar os casos de presos detidos em flagrante por crimes de menor potencial.

No início da tarde de ontem, os presos começaram a deixar as celas. Às 17 horas, três reféns e o investigador Souza foram liberados, e os detentos deixaram a carceragem – 32 deles ainda foram mantidos no pátio e na cozinha da delegacia, mas a polícia e a Justiça negociam vagas para sua transferência. Debilitado e abatido, Souza não teve ferimentos.

A cúpula da 12.ª Subdivisão Policial, e o comando do 2.º Batalhão da PM, ambos sediados em Jacarezinho, não deram informações à imprensa, obedecendo a determinação da Secretaria de Estado da Segu­­rança Pública (Sesp).

Fugas

Além dos fugitivos da rebelião, outros 34 presos escaparam em quatro cidades paranaenses no fim de semana. É a segunda onda de fugas registrada após a sequência verificada no Ano Novo. Foram 5 presos em Colombo, 9 em Campo Largo, 8 em Cianorte e 12 em Imbituva, nos Campos Gerais, onde os detentos cavaram um túnel pela abertura do vaso sanitário. Entre os foragidos estão latrocidas e assassinos condenados. A Sesp foi questionada sobre a possibilidade de uma ação coordenada, mas não se manifestou.

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