Rio de Janeiro - Procurado pela polícia há mais de um ano, o ex-policial militar Luciano Guinâncio Guimarães, de 32 anos, foi preso ontem de manhã em Barbacena (MG) numa operação da 35ª Delegacia de Polícia. Filho do vereador Jerônimo Guimarães (PMDB), o Jerominho, e sobrinho do deputado estadual Natalino Guimarães (sem partido) ambos presos acusados de chefiar a milícia Liga da Justiça, que atua na Zona Oeste do Rio , Luciano é apontado pela polícia como o braço armado do grupo.
Há contra ele três mandados de prisão da Justiça estadual por formação de quadrilha, homicídio e extorsão e um da Justiça Federal por crime eleitoral. A irmã dele, a candidata a vereadora Carmem Guimarães (PT do B), a Carminha Jerominho, foi presa no mês passado pela Polícia Federal no mesmo inquérito.
"A captura de Luciano acaba com o ciclo de prisões de líderes da Liga da Justiça, responsável pela abertura de pelo menos 40 inquéritos na 35ª DP em oito anos. Hoje, não existe essa Liga, o que temos são poucos, talvez cinco, foragidos que não têm importância no grupo", afirmou Marcus Neves, delegado que comandou a operação.
Um dos últimos crimes de que a polícia o acusa é uma chacina na favela do Barbante, em Campo Grande (Zona Oeste do Rio), em que sete moradores morreram. Luciano era soldado e foi expulso em março da PM por envolvimento com milícias.
Por causa do mandado de prisão da Justiça Federal, a expectativa era de que fosse mandado para o presídio de Catanduvas, no Oeste paranaense, onde está sua irmã. Caso fique no Rio, ele poderá ir para Bangu 8, onde estão seu pai e seu tio.
Confronto no Alemão
Foi enterrado ontem, no início da tarde, o corpo do cabo da PM Luiz Melo, que morreu na quarta-feira em confronto com traficantes no Morro do Alemão (Zona Norte do Rio). O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, esteve no velório. De início, o policial seria enterrado sem as honras militares, porque era cedido à Polícia Civil, mas, por determinação do secretário, toda a cúpula da PM esteve presente ao sepultamento, no Cemitério de Inhaúma, que foi pago pelo delegado Carlos Oliveira.
Continuava internado em estado grave no Hospital Getúlio Vargas, na Penha (Zona Norte), o policial civil Alexandre Marchon Gomes, de 37 anos, baleado na cabeça durante a mesma operação.



